Práxis
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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- | : (1) FAGUNDES, Igor. "Globalização como poética e incorporação". Revista | + | : (1) FAGUNDES, Igor.''' "[[Globalização]] como [[poética]] e [[incorporação]]". Revista Tempo Brasileiro - [[Globalização]], [[pensamento]] e [[arte]]. Rio de Janeiro: 201-202, abr-set., 2013, p. 32.''' |
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: [[Atitude]]. Podemos [[compreender]] a [[atitude]] em três [[dimensões]] principalmente: | : [[Atitude]]. Podemos [[compreender]] a [[atitude]] em três [[dimensões]] principalmente: | ||
- | : 1ª. Maneira como o [[corpo]] está posicionado, ou seja, sua [[posição]] e | + | : 1ª. Maneira como o [[corpo]] está posicionado, ou seja, sua [[posição]] e postura; |
- | : 2ª. A [[conduta]] ou a [[forma]] como os [[seres humanos]] se comportam, agem e orientam suas [[ações]], ou ainda, a | + | : 2ª. A [[conduta]] ou a [[forma]] como os [[seres humanos]] se comportam, agem e orientam suas [[ações]], ou ainda, a condução da [[vida]] segundo os [[valores]] que orientam a sua [[vida]]; |
- | : 3ª. Em vista disso, pode-se [[falar]] de o [[ser humano]] [[ter]] [[atitude]], ou seja, [[procurar]] [[realizar]] aquilo que acredita [[ser]] o [[melhor]] para ele através de suas [[atitudes]] ou | + | : 3ª. Em vista disso, pode-se [[falar]] de o [[ser humano]] [[ter]] [[atitude]], ou seja, [[procurar]] [[realizar]] aquilo que acredita [[ser]] o [[melhor]] para ele através de suas [[atitudes]] ou decisões, ou seja, segundo aquilo que elas mais [[valorizam]]. |
: Como podemos [[ver]], quando falamos em [[atitudes]], no fundo, estamos compreendendo os [[comportamentos]], [[escolhas]] e [[condutas]] que cada um tem e toma em sua [[vida]]. Em sentido não ideológico, mas vital e pessoal, isso também se pode denominar: [[práxis]]. | : Como podemos [[ver]], quando falamos em [[atitudes]], no fundo, estamos compreendendo os [[comportamentos]], [[escolhas]] e [[condutas]] que cada um tem e toma em sua [[vida]]. Em sentido não ideológico, mas vital e pessoal, isso também se pode denominar: [[práxis]]. | ||
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- | : "Existem, portanto, dois [[tipos]] de [[pensamento]], sendo ambos à sua maneira, respectivamente, [[legítimos]] e [[necessários]]: o [[pensamento]] que calcula e a [[reflexão]] (''Nachdenken'') que medita". É a esta [[reflexão]] que nos referimos quando dizemos que o [[Homem]] actual foge do [[pensamento]]. Objectar-se-á, no entanto, que a pura [[reflexão]] não se apercebe que paira sobre a [[realidade]], que ela perde o contacto com o | + | : "Existem, portanto, dois [[tipos]] de [[pensamento]], sendo ambos à sua maneira, respectivamente, [[legítimos]] e [[necessários]]: o [[pensamento]] que calcula e a [[reflexão]] (''Nachdenken'') que medita". É a esta [[reflexão]] que nos referimos quando dizemos que o [[Homem]] actual foge do [[pensamento]]. Objectar-se-á, no entanto, que a pura [[reflexão]] não se apercebe que paira sobre a [[realidade]], que ela perde o contacto com o solo, não serve para [[dar]] conta dos assuntos correntes, não contribui em [[nada]] para levar a cabo a ''[[práxis]]''" (1). |
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- | : (1) HEIDEGGER, Martin. '''Serenidade | + | : (1) [[HEIDEGGER]], Martin. '''[[Serenidade]]. Trad. Maria Madalena Andrade e Olga Santos. Lisboa: Instituto Piaget, s/d, p. 13.''' |
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- | : "Na '''Apologia''' | + | : "Na '''Apologia''' Sócrates diz resumindo sua [[práxis]]: "Não faço outra coisa do que convencer, que só podemos [[cuidar]] da corporalidade e dos [[bens]], se antes cuidarmos da [[alma]] (''[[psiché]]''), de tal maneira que esta venha a [[ser]] a mais excelente, pois é desta competência [[essencial]] que se [[originam]] as riquezas e todos os outros [[bens]] dos [[homens]], tanto os particulares como os comuns" (1). |
- | : Este é o [[tema]] do livro IV da '''Politeia | + | : Este é o [[tema]] do livro IV da '''Politeia (2).''' |
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- | : (1) PLATÃO, '''Apologia | + | : (1) PLATÃO, '''Apologia, 30 a-b.''' |
- | : (2) WRUBLEVSKI, Sérgio. '''A Justiça na Antiguidade Grega | + | : (2) WRUBLEVSKI, Sérgio. '''A [[Justiça]] na Antiguidade [[Grega]] - Uma [[Reflexão]] sobre Platão, 1a. e. Teresópolis/RJ: Daimon Editora, 2010, p. 59.''' |
Edição atual tal como 20h39min de 6 de Maio de 2025
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1
- "Um diferente, enfim, a partir do igual. Por causa de um igual. Restaria, em geral, notar como dada comunidade pratica toda essa teoria; como os mitos se tornam práxis de uma cultura; de que modo a põem em funcionamento; de que modo a objetivam; de que modo ela é – eles são, tudo é – ação subjetiva" (1).
- Referência:
- (1) FAGUNDES, Igor. "Globalização como poética e incorporação". Revista Tempo Brasileiro - Globalização, pensamento e arte. Rio de Janeiro: 201-202, abr-set., 2013, p. 32.
2
- Atitude. Podemos compreender a atitude em três dimensões principalmente:
- 2ª. A conduta ou a forma como os seres humanos se comportam, agem e orientam suas ações, ou ainda, a condução da vida segundo os valores que orientam a sua vida;
- 3ª. Em vista disso, pode-se falar de o ser humano ter atitude, ou seja, procurar realizar aquilo que acredita ser o melhor para ele através de suas atitudes ou decisões, ou seja, segundo aquilo que elas mais valorizam.
- Como podemos ver, quando falamos em atitudes, no fundo, estamos compreendendo os comportamentos, escolhas e condutas que cada um tem e toma em sua vida. Em sentido não ideológico, mas vital e pessoal, isso também se pode denominar: práxis.
3
- "Existem, portanto, dois tipos de pensamento, sendo ambos à sua maneira, respectivamente, legítimos e necessários: o pensamento que calcula e a reflexão (Nachdenken) que medita". É a esta reflexão que nos referimos quando dizemos que o Homem actual foge do pensamento. Objectar-se-á, no entanto, que a pura reflexão não se apercebe que paira sobre a realidade, que ela perde o contacto com o solo, não serve para dar conta dos assuntos correntes, não contribui em nada para levar a cabo a práxis" (1).
- Referência:
- (1) HEIDEGGER, Martin. Serenidade. Trad. Maria Madalena Andrade e Olga Santos. Lisboa: Instituto Piaget, s/d, p. 13.
4
- "Na Apologia Sócrates diz resumindo sua práxis: "Não faço outra coisa do que convencer, que só podemos cuidar da corporalidade e dos bens, se antes cuidarmos da alma (psiché), de tal maneira que esta venha a ser a mais excelente, pois é desta competência essencial que se originam as riquezas e todos os outros bens dos homens, tanto os particulares como os comuns" (1).
- Este é o tema do livro IV da Politeia (2).
- Referências:
- (1) PLATÃO, Apologia, 30 a-b.