Construir
De Dicionrio de Potica e Pensamento
(Diferença entre revisões)
(→2) |
(→7) |
||
(8 edições intermediárias não estão sendo exibidas.) | |||
Linha 6: | Linha 6: | ||
: Referência: | : Referência: | ||
- | : (1) HEIDEGGER, Martin. "Construir, habitar, pensar". Trad. Marcia Sá Cavalcante Schuback. In: ------- | + | : (1) [[HEIDEGGER]], Martin.''' "[[Construir]], [[habitar]], [[pensar]]". Trad. Marcia Sá Cavalcante Schuback. In: -------[[Ensaios]] e conferências. Tradução de Emmanuel Carneiro Leão, Gilvan Fogel, Marcia Sá Cavalcante Schuback. Petrópolis: Vozes, 2002, p. 137.''' |
== 2 == | == 2 == | ||
Linha 14: | Linha 14: | ||
: Referência: | : Referência: | ||
- | : (1) HEIDEGGER, Martin. "Construir, habitar, pensar". Trad. Marcia Sá Cavalcante Schuback. In: ------- | + | : (1) [[HEIDEGGER]], Martin.''' "[[Construir]], [[habitar]], [[pensar]]". Trad. Marcia Sá Cavalcante Schuback. In: -------[[Ensaios]] e conferências. Tradução de Emmanuel Carneiro Leão, Gilvan Fogel, Marcia Sá Cavalcante Schuback. Petrópolis: Vozes, 2002, p. 138.''' |
== 3 == | == 3 == | ||
Linha 22: | Linha 22: | ||
: Referência: | : Referência: | ||
- | : (1) HEIDEGGER, Martin. "Construir, habitar, pensar". Trad. Marcia Sá Cavalcante Schuback. In: ------- | + | : (1) HEIDEGGER, Martin.''' "[[Construir]], [[habitar]], [[pensar]]". Trad. Marcia Sá Cavalcante Schuback. In: -------[[Ensaios]] e conferências. Tradução de Emmanuel Carneiro Leão, Gilvan Fogel, Marcia Sá Cavalcante Schuback. Petrópolis: Vozes, 2002, p. 138.''' |
== 4 == | == 4 == | ||
Linha 30: | Linha 30: | ||
: Referência: | : Referência: | ||
- | : (1) HEIDEGGER, Martin. "Construir, habitar, pensar". Trad. Marcia Sá Cavalcante Schuback. In: ------- | + | : (1) [[HEIDEGGER]], Martin.''' "[[Construir]], [[habitar]], [[pensar]]". Trad. Marcia Sá Cavalcante Schuback. In: -------[[Ensaios]] e conferências. Tradução de Emmanuel Carneiro Leão, Gilvan Fogel, Marcia Sá Cavalcante Schuback. Petrópolis: Vozes, 2002, p. 138.''' |
== 5 == | == 5 == | ||
- | : "A [[essência]] de [[construir]] é deixar-[[habitar]]. A [[plenitude]] de [[essência]] é o edificar [[lugares]] mediante a | + | : "A [[essência]] de [[construir]] é deixar-[[habitar]]. A [[plenitude]] de [[essência]] é o edificar [[lugares]] mediante a articulação de seus [[espaços]]. Somente em sendo capazes de [[habitar]] é que podemos [[construir]] " (1). |
: Referência: | : Referência: | ||
- | : (1) HEIDEGGER, Martin. | + | : (1) [[HEIDEGGER]], Martin.'''[[Construir]], [[habitar]], [[pensar]]. Trad. Marcia Sá Cavalcante Schuback. In: -------[[Ensaios]] e conferências. Tradução de Emmanuel Carneiro Leão, Gilvan Fogel, Marcia Sá Cavalcante Schuback. Petrópolis: Vozes, 2002, p. 139.''' |
== 6 == | == 6 == | ||
- | : [[Construir]], | + | : [[Construir]], instruir, destruir, obstruir são verbos todos ligados ao verbo latino ''struere'', de onde vem [[estrutura]]. O que é [[estrutura]]? Nós a podemos [[pensar]] em duas vertentes: a) no [[estruturar]] algo como algo, uma cadeira, uma mesa, um sapato, um carro etc. São os [[objetos]]. Isso, na [[realidade]], é algo [[abstrato]], no sentido de que é algo [[conceitual]], embora [[funcional]]. Há uma outra [[estrutura]] que está ligada ao [[sentido]] de [[construir]] num [[sentido]] [[poético]]. Diz Heidegger: "A [[poesia]] não é, portanto, nenhum [[construir]] no [[sentido]] de instauração e edificação de [[coisas]] construídas. Todavia, enquanto [[medição]] propriamente dita da [[dimensão]] do [[habitar]], a [[poesia]] é um [[construir]] em [[sentido]] [[inaugural]]" (1). O [[construir]] remete, por isso mesmo, para a [[questão]] [[essencial]] da [[medida]]. É nesse [[horizonte]] que se dá a [[construção]] [[poética]] do [[real]]. Na [[questão]] do [[construir]] reside a [[questão]] [[essencial]] não só da [[medida]], mas também do "pôr", do "instalar", porque aí temos a [[tensão]] [[vazio]]/eclosão/[[limites]], ou seja também, [[silêncio]]/eclosão/[[som]]. |
Linha 49: | Linha 49: | ||
: Referência: | : Referência: | ||
- | : (1) HEIDEGGER, Martin. "... poeticamente o homem habita...". Trad. Márcia Sá Cavalcante Schuback. In: | + | : (1) [[HEIDEGGER]], Martin.''' "... [[poeticamente]] o [[homem]] habita...". Trad. Márcia Sá Cavalcante Schuback. In: [[Ensaios]] e Conferências. Petrópolis: Vozes, 2002, p. 178.''' |
- | + | ||
- | + | ||
== 7 == | == 7 == | ||
Linha 59: | Linha 57: | ||
: Referência: | : Referência: | ||
- | : (1) HEIDEGGER, Martin. "Construir, habitar, pensar". Trad. Márcia Sá Cavalcante Schuback. In: | + | : (1) [[HEIDEGGER]], Martin.''' "[[Construir]], [[habitar]], [[pensar]]". Trad. Márcia Sá Cavalcante Schuback. In: [[Ensaios]] e conferências. Tradução de Emmanuel Carneiro Leão, Gilvan Fogel, Marcia Sá Cavalcante Schuback. Petrópolis: Vozes, 2002, p. 140.''' |
Edição atual tal como 22h24min de 9 de fevereiro de 2025
1
- "As coisas são lugares que propiciam espaços. Construir é edificar lugares. Por isso, construir é um fundar e articular espaços. Construir é produzir espaços" (1).
- Referência:
- (1) HEIDEGGER, Martin. "Construir, habitar, pensar". Trad. Marcia Sá Cavalcante Schuback. In: -------Ensaios e conferências. Tradução de Emmanuel Carneiro Leão, Gilvan Fogel, Marcia Sá Cavalcante Schuback. Petrópolis: Vozes, 2002, p. 137.
2
- "O construir, porém, nunca configura 'o espaço'. Nem de forma imediata, nem de forma mediata. Assim é que, por produzir coisas como lugares, o construir está mais próximo da essência dos espaços e da proveniência essencial 'do' espaço do que toda geometria e matemática. Construir significa edificar lugares que propiciam estância e circunstância à quadratura" (1).
- Referência:
- (1) HEIDEGGER, Martin. "Construir, habitar, pensar". Trad. Marcia Sá Cavalcante Schuback. In: -------Ensaios e conferências. Tradução de Emmanuel Carneiro Leão, Gilvan Fogel, Marcia Sá Cavalcante Schuback. Petrópolis: Vozes, 2002, p. 138.
3
- "O construir recebe, a partir da quadratura, a medida para todo dimensionamento e medição dos espaços que se abrem, a cada vez, com os lugares fundados. As coisas construídas preservam a quadratura. São coisas que, a seu modo, resguardam a quadratura" (1).
- Referência:
- (1) HEIDEGGER, Martin. "Construir, habitar, pensar". Trad. Marcia Sá Cavalcante Schuback. In: -------Ensaios e conferências. Tradução de Emmanuel Carneiro Leão, Gilvan Fogel, Marcia Sá Cavalcante Schuback. Petrópolis: Vozes, 2002, p. 138.
4
- "Quando se tenta pensar a essência do construir que edifica com base num deixar-habitar, faz-se uma experiência mais clara do que seja o produzir em que se consuma e plenifica o construir" (1).
- Referência:
- (1) HEIDEGGER, Martin. "Construir, habitar, pensar". Trad. Marcia Sá Cavalcante Schuback. In: -------Ensaios e conferências. Tradução de Emmanuel Carneiro Leão, Gilvan Fogel, Marcia Sá Cavalcante Schuback. Petrópolis: Vozes, 2002, p. 138.
5
- "A essência de construir é deixar-habitar. A plenitude de essência é o edificar lugares mediante a articulação de seus espaços. Somente em sendo capazes de habitar é que podemos construir " (1).
- Referência:
- (1) HEIDEGGER, Martin.Construir, habitar, pensar. Trad. Marcia Sá Cavalcante Schuback. In: -------Ensaios e conferências. Tradução de Emmanuel Carneiro Leão, Gilvan Fogel, Marcia Sá Cavalcante Schuback. Petrópolis: Vozes, 2002, p. 139.
6
- Construir, instruir, destruir, obstruir são verbos todos ligados ao verbo latino struere, de onde vem estrutura. O que é estrutura? Nós a podemos pensar em duas vertentes: a) no estruturar algo como algo, uma cadeira, uma mesa, um sapato, um carro etc. São os objetos. Isso, na realidade, é algo abstrato, no sentido de que é algo conceitual, embora funcional. Há uma outra estrutura que está ligada ao sentido de construir num sentido poético. Diz Heidegger: "A poesia não é, portanto, nenhum construir no sentido de instauração e edificação de coisas construídas. Todavia, enquanto medição propriamente dita da dimensão do habitar, a poesia é um construir em sentido inaugural" (1). O construir remete, por isso mesmo, para a questão essencial da medida. É nesse horizonte que se dá a construção poética do real. Na questão do construir reside a questão essencial não só da medida, mas também do "pôr", do "instalar", porque aí temos a tensão vazio/eclosão/limites, ou seja também, silêncio/eclosão/som.
- Referência:
- (1) HEIDEGGER, Martin. "... poeticamente o homem habita...". Trad. Márcia Sá Cavalcante Schuback. In: Ensaios e Conferências. Petrópolis: Vozes, 2002, p. 178.
7
- "Habitar é, porém, o traço essencial do ser de acordo com o qual os mortais são. Quem sabe se nessa tentativa de concentrar o pensamento no que significa habitar e construir torne-se mais claro que ao habitar pertence um construir e que dele recebe a sua essência. Já é um enorme ganho se habitar e construir tornarem-se dignos de se questionar e, assim, permanecerem dignos de se pensar" (1).
- Referência: