Disciplina

De Dicionrio de Potica e Pensamento

(Diferença entre revisões)
(1)
(3)
 
(15 edições intermediárias não estão sendo exibidas.)
Linha 1: Linha 1:
== 1 ==
== 1 ==
-
: "A cada [[saber]] disciplinar corresponderá um [[vocabulário]] e sua [[verdade]] será a [[verdade]] do seu [[paradigma]]. Este é o [[universal]] reduzido a uma [[representação]] teórica e conceitual" (1).
+
: "A cada [[saber]] disciplinar corresponderá um [[vocabulário]] e sua [[verdade]] será a [[verdade]] do seu [[paradigma]]. Este é o [[universal]] reduzido a uma [[representação]] [[teórica]] e [[conceitual]]" (1).
: Referência:
: Referência:
-
: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Obra de arte, vocabulário e mundo". In: ------------. ''Leitura: questões''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 241.
+
: (1) CASTRO, Manuel Antônio de.''' "[[Obra]] de [[arte]], [[vocabulário]] e [[mundo]]". In: ------------. [[Leitura]]: [[questões]]. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 241.'''
-
 
+
-
 
+
== 2 ==
== 2 ==
-
: "E é certamente nas sinalizações e [[caminhos]] [[éticos]] das [[Poéticas das obras]] que devemos
+
: "E é certamente nas sinalizações e [[caminhos]] [[éticos]] das [[Poéticas]] das [[obras]] que devemos [[procurar]] os [[caminhos]] que elas já desde sempre sinalizam. Claro que não com [[atitudes]] [[disciplinares]] (os das [[disciplinas]]) e classificatórias, mas com [[questionamento]], [[escuta]], diversidade e [[diálogo]]" (1).
-
[[procurar]] os [[caminhos]] que elas já desde sempre sinalizam. Claro que não com [[atitudes]] [[disciplinares]] (os das [[disciplinas]]) e classificatórias, mas com [[questionamento]], [[escuta]], diversidade e [[diálogo]]" (1).
+
:  Referência:
:  Referência:
-
:  (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Apresentação". In: Manuel Antônio de Castro, (org.). ''Arte: corpo, mundo e terra''. Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 13.
+
:  (1) CASTRO, Manuel Antônio de.''' "Apresentação". In: Manuel Antônio de Castro, (org.). [[Arte]]: [[corpo]], [[mundo]] e [[terra]]. Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 13.'''
 +
 
 +
== 3 ==
 +
: A [[prática]] vai levar a [[metáfora]] do [[relógio]]/[[tempo]] para todas as esferas da [[realidade]]/[[natureza]]. Temos de ficar atentos às reduções que se vão operando. A mais complexa é aí o abandono da preocupação [[ontológica]] com ''o que é'' e o foco único ''no como é'', mas não mais relacionado a ''o que é''. Agora ''o como é'' diz respeito a ''o como se conhece''. É este em última [[instância]] que determina [[tudo]], pois [[tudo]] será [[objeto]] do [[conhecimento]] que se torna o [[verdadeiro]] [[sujeito]], o [[verdadeiro]] ''[[criador]]''.  E vamos ter as seguintes reduções:
 +
: ''[[Ente]] > [[obra]] > [[relógio]]/[[organismo]]>[[corpo]]''. Por isso não se fala mais em [[ente]] nem em [[obra]] nem em [[corpo]], mas se falará sempre e para [[tudo]] em [[objeto]]. No lugar da ''[[Ontologia]]'' vamos ter na [[Modernidade]] a ''[[Epistemologia]]''. E no lugar da ''[[Poética]]'' vamos ter a ''[[Estética]]''.  E cada [[objeto]]/[[corpo]]/máquina/[[organismo]] é [[objeto]] de um [[conhecimento]], submetido à [[razão]] [[crítica]], que [[fundamenta]] ''o como se conhece''. Surgem as [[disciplinas]] e seus [[objetos]] de [[conhecimento]]. Isso tanto no plano [[singular]] quanto no plano das [[entidades]] [[coletivas]], como o [[Estado]], a [[Sociedade]], as [[Épocas]]. Daí a [[história]] [[estar]] submetida [[radicalmente]] à [[cronologia]]. Aliás, [[tudo]] ficará submetido à [[cronologia]]/[[tempo]]. [[Conhecer]] a partir do [[tempo]]/[[cronologia]] é uma [[questão]] de [[medição]]/[[cálculo]]. No fundo, [[tudo]] estará submetido ao [[tempo]]. Mas este passa a [[ser]] ''o que é acessível à [[medição]]/[[cálculo]]''. Disso se encarregam as [[diferentes]] [[disciplinas]] que para tal são criadas. Porém, o [[princípio]] de [[medição]] que dará o [[verdadeiro]] [[conhecimento]] será o efetuado a partir do que se opera pela [[matemática]], base  de todo  cálculo, a [[possibilidade]] de [[aprender]] e [[ser]] [[ensinado]].
 +
 
 +
 
 +
: - [[Manuel Antônio de Castro]].

Edição atual tal como 01h19min de 21 de janeiro de 2025

1

"A cada saber disciplinar corresponderá um vocabulário e sua verdade será a verdade do seu paradigma. Este é o universal reduzido a uma representação teórica e conceitual" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Obra de arte, vocabulário e mundo". In: ------------. Leitura: questões. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 241.

2

"E é certamente nas sinalizações e caminhos éticos das Poéticas das obras que devemos procurar os caminhos que elas já desde sempre sinalizam. Claro que não com atitudes disciplinares (os das disciplinas) e classificatórias, mas com questionamento, escuta, diversidade e diálogo" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Apresentação". In: Manuel Antônio de Castro, (org.). Arte: corpo, mundo e terra. Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 13.

3

A prática vai levar a metáfora do relógio/tempo para todas as esferas da realidade/natureza. Temos de ficar atentos às reduções que se vão operando. A mais complexa é aí o abandono da preocupação ontológica com o que é e o foco único no como é, mas não mais relacionado a o que é. Agora o como é diz respeito a o como se conhece. É este em última instância que determina tudo, pois tudo será objeto do conhecimento que se torna o verdadeiro sujeito, o verdadeiro criador. E vamos ter as seguintes reduções:
Ente > obra > relógio/organismo>corpo. Por isso não se fala mais em ente nem em obra nem em corpo, mas se falará sempre e para tudo em objeto. No lugar da Ontologia vamos ter na Modernidade a Epistemologia. E no lugar da Poética vamos ter a Estética. E cada objeto/corpo/máquina/organismo é objeto de um conhecimento, submetido à razão crítica, que fundamenta o como se conhece. Surgem as disciplinas e seus objetos de conhecimento. Isso tanto no plano singular quanto no plano das entidades coletivas, como o Estado, a Sociedade, as Épocas. Daí a história estar submetida radicalmente à cronologia. Aliás, tudo ficará submetido à cronologia/tempo. Conhecer a partir do tempo/cronologia é uma questão de medição/cálculo. No fundo, tudo estará submetido ao tempo. Mas este passa a ser o que é acessível à medição/cálculo. Disso se encarregam as diferentes disciplinas que para tal são criadas. Porém, o princípio de medição que dará o verdadeiro conhecimento será o efetuado a partir do que se opera pela matemática, base de todo cálculo, a possibilidade de aprender e ser ensinado.


- Manuel Antônio de Castro.
Ferramentas pessoais