Daimon

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: (1) [[HERÁCLITO]], frag. 119. Trad. Emmanuel Carneiro Leão. In: '''Os [[pensadores]] [[originários]] - Anaximandro, Parmênides, [[Heráclito]]. Petrópolis: Vozes, 1991''', p. 91.
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: (1) '''[[HERÁCLITO]], frag. 119. Trad. Emmanuel Carneiro Leão. In: Os [[pensadores]] [[originários]] - Anaximandro, Parmênides, [[Heráclito]]. Petrópolis: Vozes, 1991, p. 91.'''
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: "... a [[palavra]] ''[[daimon]]'', de ''daiomai'' significa: o [[doar]] retirando-se. A maneira de [[doar]] não é aquela em que aquilo que se doou desaparece na [[doação]]. Não, é aquilo que sobrevive na [[doação]]. É o que diz ''daiomai'', de onde vem esse ''[[daimon]]''. Então, esse ''[[daimon]]'' é uma [[atuação]] que não se deixa controlar, administrar, [[praticar]] ou programar. É alguma [[coisa]] que se esquiva e, por isso, possibilita toda e qualquer modalidade de [[realização]] [[vital]], mesmo nas tentativas de [[querer]] destruir a [[vida]]. Pois essas tentativas de [[destruir]] a [[vida]] não podem ser conscientes e não são transparentes, mas se vestem, se escamoteiam e se camuflam de [[proteção]] à [[vida]]" (1).
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: "... a [[palavra]] ''[[daimon]]'', de ''daiomai'' significa: o [[doar]] retirando-se. A maneira de [[doar]] não é aquela em que aquilo que se doou desaparece na [[doação]]. Não, é aquilo que sobrevive na [[doação]]. É o que diz ''daiomai'', de onde vem esse ''[[daimon]]''. Então, esse ''[[daimon]]'' é uma [[atuação]] que não se deixa controlar, administrar, praticar ou programar. É alguma [[coisa]] que se esquiva e, por isso, possibilita toda e qualquer modalidade de [[realização]] [[vital]], mesmo nas tentativas de [[querer]] destruir a [[vida]]. Pois essas tentativas de destruir a [[vida]] não podem ser conscientes e não são transparentes, mas se vestem, se escamoteiam e se camuflam de proteção à [[vida]]" (1).
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: (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "O [[corpo]], a [[terra]] e o [[pensamento]]". In: '''[[Arte]]: [[corpo]], [[mundo]] e [[terra]]. CASTRO, Manuel Antônio de (org.). Rio de Janeiro: 7Letras, 2009''', p. 70.
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: (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro.''' "O [[corpo]], a [[terra]] e o [[pensamento]]". In: [[Arte]]: [[corpo]], [[mundo]] e [[terra]]. CASTRO, Manuel Antônio de (org.). Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 70.'''
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: (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "O [[corpo]], a [[terra]] e o [[pensamento]]". In: '''[[Arte]]: [[corpo]], [[mundo]] e [[terra]]. CASTRO, Manuel Antônio de (org.). Rio de Janeiro: 7Letras, 2009''', p. 71.
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: (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro.''' "O [[corpo]], a [[terra]] e o [[pensamento]]". In: [[Arte]]: [[corpo]], [[mundo]] e [[terra]]. CASTRO, Manuel Antônio de (org.). Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 71.'''

Edição atual tal como 20h04min de 20 de janeiro de 2025

1

" Ethos anthroupou daimon " - "A morada do homem, o extraordinário"(1)


Referência:
(1) HERÁCLITO, frag. 119. Trad. Emmanuel Carneiro Leão. In: Os pensadores originários - Anaximandro, Parmênides, Heráclito. Petrópolis: Vozes, 1991, p. 91.

2

"... a palavra daimon, de daiomai significa: o doar retirando-se. A maneira de doar não é aquela em que aquilo que se doou desaparece na doação. Não, é aquilo que sobrevive na doação. É o que diz daiomai, de onde vem esse daimon. Então, esse daimon é uma atuação que não se deixa controlar, administrar, praticar ou programar. É alguma coisa que se esquiva e, por isso, possibilita toda e qualquer modalidade de realização vital, mesmo nas tentativas de querer destruir a vida. Pois essas tentativas de destruir a vida não podem ser conscientes e não são transparentes, mas se vestem, se escamoteiam e se camuflam de proteção à vida" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "O corpo, a terra e o pensamento". In: Arte: corpo, mundo e terra. CASTRO, Manuel Antônio de (org.). Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 70.

3

"O inanimado tem daimon, isto é, tem uma dinâmica que nunca se deixa controlar totalmente. Não quer dizer que a técnica e a ciência não devam controlar o homem, mas devam controlar o mineral, o vegetal, o animal. Não. A técnica e a ciência não podem controlar nenhuma realização e nenhuma realidade. E é essa inacessibilidade ao controle de qualquer realidade que, no homem, se chama daimon, mas Aristóteles diz que se chama genos timeotaton: o gênero mais elevado, isto é, o modo de ser a estrutura mais elevada do real" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "O corpo, a terra e o pensamento". In: Arte: corpo, mundo e terra. CASTRO, Manuel Antônio de (org.). Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 71.
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