Ansiedade
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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- | : (1) BERGMAN, Ingmar. ''Sonata de outono | + | : (1) BERGMAN, Ingmar. '''Sonata de outono. Fala da [[personagem]] Eva.''' |
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- | : (1) HEIDEGGER, Martin. "Quem é o Zaratustra de Nietzsche". Trad. Gilvan Fogel. In: ------. | + | : (1) [[HEIDEGGER]], Martin.''' "Quem é o Zaratustra de Nietzsche". Trad. Gilvan Fogel. In: ------. [[Ensaios]] e conferências. Petrópolis / RJ: Vozes, 2002, p. 93.''' |
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- | : "Jamais a [[proximidade]] será a [[realização]] de todas as [[possibilidades]]. Nunca haverá uma anulação da [[distância]] nem uma [[plenitude]] total na [[proximidade]], simplesmente porque é [[impossível]] tanto a [[distância]] total quanto a [[proximidade]] total" (1). Daí surge a [[angústia]] e a [[ansiedade]]. | + | : "Jamais a [[proximidade]] será a [[realização]] de todas as [[possibilidades]]. Nunca haverá uma anulação da [[distância]] nem uma [[plenitude]] total na [[proximidade]], simplesmente porque é [[impossível]] tanto a [[distância]] total quanto a [[proximidade]] total" (1). |
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+ | : Daí surge a [[angústia]] e a [[ansiedade]]. | ||
: - [[Manuel Antônio de Castro]]. | : - [[Manuel Antônio de Castro]]. | ||
- | : (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Amar e ser". In: | + | : (1) CASTRO, Manuel Antônio de.''' "[[Amar]] e [[ser]]". In: ---. [[Arte]]: o [[humano]] e o [[destino]]. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, 307.''' |
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+ | : eu nunca tinha visto [[nada]] que anunciasse | ||
+ | : um estrondo tão [[silencioso]] quanto a [[ansiedade]] | ||
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+ | : (1) KAUR, rupi. '''meu [[corpo]] / minha [[casa]]. Trad. Ana Guadalupe. São Paulo: Editora Planeta, 2020, p. 19.''' | ||
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+ | : ''' Podemos caracterizar a [[ansiedade]] como: [[ânsia]], aflição, [[angústia]], perturbação do [[espírito]] causada pela [[incerteza]], relação com qualquer [[contexto]] de [[perigo]] etc.''' | ||
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+ | : - [[Manuel Antônio de Castro]]. |
Edição atual tal como 20h47min de 15 de janeiro de 2025
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1
- "Para mim o ser humano é uma tremenda criação...Um pensamento inconcebível. No ser humano existe tudo, do mais elevado até o mais baixo. O homem é a imagem de Deus e Deus existe em tudo. E assim o ser humano foi criado, mas também os demônios, os santos, os profetas, os artistas, os iconoclastas. Tudo existe lado a lado. É como se fossem desenhos gigantes mudando o tempo inteiro. Da mesma maneira devem existir inúmeras realidades. Não apenas a realidade que percebemos com nossas obtusas sensibilidades, mas um tumulto de realidades arqueando-se uma em cima da outra, por dentro e por fora. É só o medo e o puritanismo que nos levam a acreditar em limites. Não existem limites, nem para pensamentos, nem para sentimentos. A ansiedade é que estabelece limites" (1).
- Referência:
- (1) BERGMAN, Ingmar. Sonata de outono. Fala da personagem Eva.
2
- "O anseio é a dor da proximidade do distante" (1)
- Referência:
- (1) HEIDEGGER, Martin. "Quem é o Zaratustra de Nietzsche". Trad. Gilvan Fogel. In: ------. Ensaios e conferências. Petrópolis / RJ: Vozes, 2002, p. 93.
3
- "Jamais a proximidade será a realização de todas as possibilidades. Nunca haverá uma anulação da distância nem uma plenitude total na proximidade, simplesmente porque é impossível tanto a distância total quanto a proximidade total" (1).
- Daí surge a angústia e a ansiedade.
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Amar e ser". In: ---. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, 307.
4
- eu nunca tinha visto nada que anunciasse
- um estrondo tão silencioso quanto a ansiedade
- Referência:
- (1) KAUR, rupi. meu corpo / minha casa. Trad. Ana Guadalupe. São Paulo: Editora Planeta, 2020, p. 19.
5
- Podemos caracterizar a ansiedade como: ânsia, aflição, angústia, perturbação do espírito causada pela incerteza, relação com qualquer contexto de perigo etc.