Tensão
De Dicionrio de Potica e Pensamento
(Diferença entre revisões)
(→2) |
|||
(9 edições intermediárias não estão sendo exibidas.) | |||
Linha 1: | Linha 1: | ||
== 1 == | == 1 == | ||
- | : | + | : [[Tensão]] diz da [[condição humana]] do [[ser humano]]. [[Ontologicamente]] ele [[é]] e [[não-é]]. Mas vive e se experiencia nessa [[tensão]] como uma [[dobra]] e jamais como uma [[dicotomia]] ou [[duplo]]. Daí [[viver]] de [[antíteses]] [[dialéticas]], das quais a mais [[radical]] é a [[proximidade]] e [[distância]], gerando [[ansiedade]] e [[angústia]]. Todas as demais como [[limite]] e [[não-limite]], [[aparência]] e [[essência]], [[mortal]] e [[imortal]], [[bom]] e [[mau]], [[passageiro]] e [[permanente]] etc., são [[desdobramentos]] de [[ser]] e [[não-ser]], sendo num permanente "[[entre]]". E este é que vai caracterizar o que, como [[destino]], lhe é [[próprio]], ou seja, a sua [[condição humana]]. [[Tensão]] [[é]] [[entre]]. |
- | : [[Manuel Antônio de Castro]] | + | : -[[Manuel Antônio de Castro]] |
+ | |||
+ | == 2 == | ||
+ | : "A [[fala]], cada [[fala]], pressupõe a [[rede]] e nela toda a [[rede]] se faz [[presente]]/[[ausente]]. Porém, essa [[presença]] e [[ausência]] se sustenta e [[vigora]] a partir do [[vazio]] ou [[silêncio]]. Este é o [[tempo]] [[originário]], o [[tempo]] que continuamente se triparte e não triparte, se o [[pensamos]] como [[memória]], se [[pensamos]] que essa tripartição vive de um [[entre]]-[[tempo]], que é o [[presente]], que nada mais é do que o [[presentificado]] em [[tensão]] (“[[entre]]”) com o [[presentificável]]. Os [[gregos]] denominaram esse [[tempo]] [[presente]] [[eterno]]: ''[[aion]]'', onde o [[eterno]] é o [[entre]], a [[memória]]" (1). | ||
+ | |||
+ | |||
+ | : Referência: | ||
+ | |||
+ | : (1) CASTRO, Manuel Antônio de.''' "[[Interdisciplinaridade]] [[poética]]: o ''[[entre]]''". Rio de Janeiro: Revista Tempo Brasileiro: [[Interdisciplinaridade]]: [[dimensões]] [[poéticas]], 164, jan.-mar., 2006, p. 33.''' |
Edição atual tal como 19h47min de 9 de janeiro de 2025
1
- Tensão diz da condição humana do ser humano. Ontologicamente ele é e não-é. Mas vive e se experiencia nessa tensão como uma dobra e jamais como uma dicotomia ou duplo. Daí viver de antíteses dialéticas, das quais a mais radical é a proximidade e distância, gerando ansiedade e angústia. Todas as demais como limite e não-limite, aparência e essência, mortal e imortal, bom e mau, passageiro e permanente etc., são desdobramentos de ser e não-ser, sendo num permanente "entre". E este é que vai caracterizar o que, como destino, lhe é próprio, ou seja, a sua condição humana. Tensão é entre.
2
- "A fala, cada fala, pressupõe a rede e nela toda a rede se faz presente/ausente. Porém, essa presença e ausência se sustenta e vigora a partir do vazio ou silêncio. Este é o tempo originário, o tempo que continuamente se triparte e não triparte, se o pensamos como memória, se pensamos que essa tripartição vive de um entre-tempo, que é o presente, que nada mais é do que o presentificado em tensão (“entre”) com o presentificável. Os gregos denominaram esse tempo presente eterno: aion, onde o eterno é o entre, a memória" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Interdisciplinaridade poética: o entre". Rio de Janeiro: Revista Tempo Brasileiro: Interdisciplinaridade: dimensões poéticas, 164, jan.-mar., 2006, p. 33.