Imaginar
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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: "Enquanto formos capazes de [[imaginar]] [[realidades]] alternativas seremos capazes de [[criar]] alternativas à [[realidade]]" (1). | : "Enquanto formos capazes de [[imaginar]] [[realidades]] alternativas seremos capazes de [[criar]] alternativas à [[realidade]]" (1). | ||
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| - | : (1) AGUALUSA, José Eduardo. "A noite dos reis". Crônica in: '''O Globo | + | : (1) AGUALUSA, José Eduardo. "A [[noite]] dos reis". [[Crônica]] in: '''O Globo, ''Segundo Caderno'', p. 6, 4-09-2021.''' |
Edição atual tal como 21h47min de 2 de janeiro de 2025
Imaginar, ver imaginação
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1
- "Todo imaginar já é um pré-compreender, que nem sempre encontra a sua expressão. Aí é que, para aparecer, no poeta acontece o “lutar com palavras...”, de que nos fala o poeta Drummond no poema “O lutador” (DRUMMOND, 1973, 67) (1).
- "E isso ainda é mais verdadeiro quando sabemos que “palavra” diz o que faz mediação entre o que é e o não é, entre o limite e o não-limite" (2).
- Referência:
- (1) ANDRADE, Carlos Drummond de. Reunião, 4. e. Rio de Janeiro, José Olympio, 1973, p. 67.
- (2) CASTRO, Manuel Antônio de. "Leitura: compreender e interpretar". In: -----. Leitura: questões. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 91.
2
- "Também melhor se entende a ficcionalidade se atentarmos para o terceiro significado do verbo latino fingere: imaginar. O imaginar é o contraponto do formar. O contraponto indica a presença da tensão do limite e do ilimitado, da diferença e da identidade, da língua e da Linguagem. O formar sem o imaginar origina os formalismos, provocando equívocos sobre o fazer literário. Já o literário se realiza quando o imaginário irrompe em produções. É isto o que caracteriza fundamentalmente a literatura infantil: uma presença marcante e irrefreável do imaginário. Porque a criança é mais sensível ao imaginário. Nela, o sonho é realidade e a realidade é sonho. Nela, o imaginário é realidade e a realidade é imaginário. Ainda não sofreu o processo de formação que a deforma para o real-imaginário e a deseduca para a humanização. Pelo imaginar, o homem consuma a sua humanização, na medida em que manifesta o sentido do que ele é. Isso se chama libertação. Na realidade ficcional-literária o imaginar é o real vigorando" (1).
- Referência:
- CASTRO, Manuel Antônio de. "Ficção e literatura infantil". In: ------------. Tempos de Metamorfose. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1994, p. 134.
3
- "O caráter fictício da ficção é o mais aceito, daí originar diretamente a palavra. Se bem observarmos, o fingir, enquanto narrar, é a própria tensão manifestada do formar e do imaginar. O narrar constitui-se em forma e abre o espaço para o imaginar. Nele, a Linguagem se manifesta como língua, instituindo realidades. Tenhamos bem claro que a ficção não é encarada como algo falso. O fingir da ficção, quase sempre, enche de graça e de prazer o leitor, num envolvimento lúdico que o simplesmente falso jamais explicaria. Daí podermos deduzir que a ficção nos remete para o homem em sua essência, em que o lúdico profundo é a luz visível da verdade" (1).
- Referência:
- CASTRO, Manuel Antônio de. "Ficção e literatura infantil". In: ------------. Tempos de Metamorfose. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1994, p. 136.
4
- "Enquanto formos capazes de imaginar realidades alternativas seremos capazes de criar alternativas à realidade" (1).
- Referência:
