Inspiração

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:  (1) KAUR, rupi. '''meu corpo / minha casa'''. Trad. Ana Guadalupe. São Paulo: Editora Planeta, 2020, p. 120.
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: "A [[palavra]] [[inspiração]] lembra respiração (o [[ato]] de inalar o [[ar]]). Para os [[celtas]], a [[inspiração]] é um tipo de [[conhecimento]] que vem pelo [[ar]] e pela [[água]], e essas duas [[imagens]] são muitas vezes combinadas. A versão [[celta]] dessas [[ideias]] é a "do [[sopro]] líquido da [[inspiração]]" ou ''awen''. Só depois de uma jornada perigosa, em que a [[alma]] sai do [[corpo]], seguindo talvez até o [[reino]] dos [[mortos]], é que a ''awen'' pode possuir o [[espírito]]. Para se preparar para adquirir essa [[sabedoria]] [[sobrenatural]], o [[druida]] aguçava os seus [[sentidos]] por meio do [[transe]] - uma [[técnica]] [[antiga]] usada pelos [[xamãs]] de muitas [[culturas]] do [[mundo]], para atingir o [[mundo]] [[espiritual]]" (1).
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: (1) HOOD, Juliette. "A sabedoria dos druidas". '''O livro celta da vida e da morte'''. Trad. Denise de C. Rocha Delela. São Paulo: Editora Pensamento, 2011, p. 106.
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: "A [[inspiração]] envolve a [[visão]], a [[audição]] e a [[fala]]. A [[palavra]] irlandesa para [[poeta]], ''filidh'' deriva de uma [[raiz]] [[indo-europeia]] cujo [[significado]] é "[[ver]]" " (1).
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: (1) HOOD, Juliette. "A sabedoria da inspiração". '''O livro celta da vida e da morte'''. Trad. Denise de C. Rocha Delela. São Paulo: Editora Pensamento, 2011, p. 107.

Edição atual tal como 21h48min de 9 de Junho de 2021

Tabela de conteúdo

1

"O vento, na maioria dos contextos religiosos e mitológicos, representa o poder espiritual, de onde vem a palavra inspiração. Assim, em Pentecostes, o Espírito Santo encheu milagrosamente toda a casa como um vento que soprava" (1).


Referência:
(1) FRANZ, Marie Louise von. A interpretação dos contos de fada. Rio de Janeiro: Achiame, 1981, p.79.

2

Platão no Diálogo Fedro fala de três loucuras. Diz da terceira, ligando-a à inspiração:
3a. É a loucura inspirada pelas Musas. Está presente em todos os grandes criadores de todas as artes. Aí se podem incluir os grandes pensadores. É quando eles são tomados e inspirados pelas Musas. Diz Sócrates: "Há ainda uma terceira espécie de loucura, aquela que é inspirada pelas Musas" (1).
Se bem observarmos, o que se denomina loucura nestas dimensões, são ações que nada têm de racional, pois são diferentes manifestações do sagrado.


- Manuel Antônio de Castro
Referência:
(1) PLATÃO. Fedro. Trad. Pinharanda Gomes, 5.e. Lisboa: Guimarães Editores, 1994, p. 56, 245 a.

3

minha querida poeta
parece que quanto mais você escreve
mais você se pergunta
se é você quem escreve essas palavras
quem disse que é você quem manda
as palavras que fluíam
da primeira vez
brotavam à sua revelia
e agora você tenta
fazer com que te obedeçam
mas não é assim que acontece a magia
a sua pressa asfixia
as obras-primas
que crescem aí dentro
a sua tarefa
é estar presente
ser paciente e quando chegar a hora
o universo vai falar de novo através de você


- inspiração (1)


Referência:
(1) KAUR, rupi. meu corpo / minha casa. Trad. Ana Guadalupe. São Paulo: Editora Planeta, 2020, p. 120.

4

"A palavra inspiração lembra respiração (o ato de inalar o ar). Para os celtas, a inspiração é um tipo de conhecimento que vem pelo ar e pela água, e essas duas imagens são muitas vezes combinadas. A versão celta dessas ideias é a "do sopro líquido da inspiração" ou awen. Só depois de uma jornada perigosa, em que a alma sai do corpo, seguindo talvez até o reino dos mortos, é que a awen pode possuir o espírito. Para se preparar para adquirir essa sabedoria sobrenatural, o druida aguçava os seus sentidos por meio do transe - uma técnica antiga usada pelos xamãs de muitas culturas do mundo, para atingir o mundo espiritual" (1).


Referência:
(1) HOOD, Juliette. "A sabedoria dos druidas". O livro celta da vida e da morte. Trad. Denise de C. Rocha Delela. São Paulo: Editora Pensamento, 2011, p. 106.

5

"A inspiração envolve a visão, a audição e a fala. A palavra irlandesa para poeta, filidh deriva de uma raiz indo-europeia cujo significado é "ver" " (1).


Referência:
(1) HOOD, Juliette. "A sabedoria da inspiração". O livro celta da vida e da morte. Trad. Denise de C. Rocha Delela. São Paulo: Editora Pensamento, 2011, p. 107.
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