Infelicidade
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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: (1) PAMUK, Orhan. ''A maleta de meu pai''. São Paulo: Cia. das Letras, 2007, p. 66. | : (1) PAMUK, Orhan. ''A maleta de meu pai''. São Paulo: Cia. das Letras, 2007, p. 66. |
Edição de 14h31min de 6 de Maio de 2019
1
- "Na maior parte das vezes, a nossa felicidade ou infelicidade não deriva da vida propriamente dita, mas do sentido que lhe damos. Dediquei minha vida a tentar explorar esse sentido" (1). Como cada um recebeu um projeto de vida, o que somos para ser, justamente ligado a essa procura de sentido, só a sua realização nos pode tornar felizes. Quando esse sentido não é procurado, não se torna o motivo de nosso viver, necessariamente surge a infelicidade.
- Referência:
- (1) PAMUK, Orhan. A maleta de meu pai. São Paulo: Cia. das Letras, 2007, p. 66.
2
- "De onde eu tinha tirado essa ideia de que a felicidade é que media a qualidade da vida de uma pessoa?" (1). A felicidade da vida está na medida ou a medida está na felicidade? Por que esta pergunta em torno da medida? Não podemos esquecer que era a hybris - desmedida - que trazia a infelicidade e a desgraça, lançando a pessoa no mais profundo sofrimento. Por isso, em nossa vida toda ação ética tem como fundo a justa medida. Assim sendo, a medida se torna para o ser humano em seu agir e viver a questão decisiva. A presença mais efetiva da medida está na morte. Esta, em última e primeira instância, é a medida do sentido. Mas não há morte sem vida (zoé, em grego). É nesse sentido que eros e thanatos são para nós, mortais, a fonte de todas as grandes experienciações. Neste horizonte percebe-se bem como é importante diferenciar experiência e experienciação. Nesta está presente sempre um sentido ético de realização, de procura da felicidade e não simplesmente de novos conhecimentos.
- Referências:
- (1) PAMUK, Orhan. A maleta de meu pai. São Paulo: Cia. das Letras, 2007, p. 66.