Hybris

De Dicionrio de Potica e Pensamento

1

“Em toda de-cisão (julgamento, seja de que natureza for), implícita ou explicitamente, sempre agimos dentro de certos critérios (conscientes ou inconscientes, bons ou maus, justos ou injustos, ideológicos ou poéticos, éticos ou anti-éticos). São estes que conferem aos atos de diferentes krites uma certa unidade, tendo como horizonte na krisis sempre o krinein. Os critérios são de alguma maneira um paradigma do que se poderia chamar e sempre se chamou medida. Mas que medida? A do plano humano, da razão, da política, do poder da vontade? Ou a medida do humano, medido pela vigência e dizer do sagrado? Por isso, os gregos chamaram a falta de medida, a desmedida, a hybris. Esta refere-se sempre ao ético como o poético do humano, tempo como horizonte a vigência do sagrado” (1).


Referência Bibliográfica:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Criticar, origem e vigência". In: www.travessiapoetica.blogspot.com.

2

"Mas ao entrar no estado de indivíduo, resultante da multiplicidade e aparência, conhece que o gozo da aparência é falaz e retorna ao uno. Nesta perspectiva, o trágico não resulta da luta do herói contra o destino. A própria Natureza é originária e radicalmente trágica. O mito trágico é a representação simbólica da sabedoria dionisíaca, com a ajuda de meios artísticos apolíneos e, pelo aniquilamento destes, chega-se ao uno. O estado apolíneo, pela aparência, corresponde ao princípio da “medida” no sentido helênico. A afirmação do estado apolíneo repousa sobre o abismo oculto do mal e do conhecimento. O estado dionisíaco era a desmedida. Este, mostrando o erro da aparência e conduzindo os homens ao estado de identificação primordial da Natureza, produz uma consolação metafísica, e a desmedida revela-se também como verdade" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "As faces do trágico em Vidas Secas". In: -----. Travessia Poética. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1977, p. 78.
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