Capital
De Dicionário de Poética e Pensamento
1
- "Esta tendência pessoal ilimitada ao bem-estar apareceu pela primeira vez na vida da Europa nas cidades italianas do século 12: Veneza, Gênova, as cidades de mercantilismo internacional. Dizem alguns autores que temos ali a primeira manifestação do espÃrito capitalista. Mas é melhor falar de espÃrito mercantil. Este se tornou capitalÃstico quando esta tendência ao bem-estar se apropriou dos resultados das ciências e os aplicou para o progresso da industrialização, por meio dos recursos técnicos, advindos das descobertas cientÃficas. Não foi, portanto, o progresso da técnica e o processo de industrialização que provocaram o espÃrito desenfreado de lucros, mas vice-versa. Esta tendência pessoal ilimitada de bem-estar e a corrida aos lucros desmedidos representam as condições da consciência humana pela qual se criou a situação histórica de uma sociedade industrial" (1).
- Referência:
- (1) HUMMES ofm, Dom Cláudio (Hoje Cardeal). "Os hegelianos de esquerda". In: ----. História da Filosofia.
- Anotações distribuÃdas em sala de aula, no curso proferido em 1964 em Daltro Filho, (hoje cidade Imigrantes), RS.
2
- "Hoje não é importante a força de trabalho dos operários. Ela está determinada, em verdade, pelos centros de pesquisa e suas novas descobertas. De fato, é aà que se gera o capital e não mais pela força de trabalho, até porque cabe aos centros de pesquisa inventar também máquinas que dispensam a intervenção da força de trabalho. A máquina realiza isso de uma maneira mais eficiente e sem o perigo das greves. Ironia do destino: a consciência crÃtica acaba, em última instância, com o operário que, politicamente, é formatado numa consciência crÃtica. Ora, é aà que se centra o drama das Correntes crÃticas nas artes. Elas foram ultrapassadas porque não produzem nada que seja funcional dentro de uma sociedade como a de hoje, onde tudo é funcional e onde o ser humano se mede pela funcionalidade e eficiência de seus conhecimentos. Para dar uma função aos conhecimentos crÃticos, elas tornaram-se totalmente ideológicas. Mas o que pode hoje a ideologia diante do poder da técnica, que determina todas as polÃticas e está pondo em crise a ideia moderna de Nação?" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Leitura e CrÃtica". In: ---------. Leitura: questões. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 131.