Presença

De Dicionrio de Potica e Pensamento

Edição feita às 01h37min de 21 de Abril de 2018 por Profmanuel (Discussão | contribs)

1

"A palavra portuguesa pre-sença forma-se do latim: prae, que diz o que está antes e o que está à frente, mas no sentido de abertura, de lugar, o entre em que se dá a travessia destinal de cada sendo. Por isso, o radical de presença, -sença, provém do latim sentia, que implica o verbo latino esse, isto é, ser" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O mito de Cura e o ser humano". In: ------. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 228.

2

“Afundar as mãos na terra não é olhar para trás e imergir em recordações, mas trazer para a presença aquilo que se dá no exato momento de sua evocação, e esta é nossa relação com um poema: de presença. Memória é fundamentalmente presença do que se vela” (1).


Referência:
(1) PESSANHA, Fábio Santana. A hermenêutica do mar – Um estudo sobre a poética de Virgílio de Lemos. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2013, p. 107.


3

"A presença é o tender permanente à plenificação, que é o acontecer que se dá no operar da própria obra. O que rege esse tender é a Cura. Daí tudo se centralizar, no que o ser humano é, em sua essência, em torno de Cura" (1).


Referência:
CASTRO, Manuel Antônio de. "O mito de Cura e o ser humano". In: -------. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 226.

4

"Há uma ligação profunda entre presença e presente. É que na presença o ser se faz tempo-presente e o presente é o ser vigorando enquanto tempo, é uma doação: o tempo dá-se, torna-se presente" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 228.


5

"Latência é o traço mais característico do ser enquanto presença, pois é o que em todo presente constitui a presença, e, para todo ser latente, a possibilidade mesma de sua latência" (1).


Referência:
(1) TORRANO, Jaa. O sentido de Zeus. São Paulo: Iluminuras, 1996, p. 18.

6

"A dessacralização que domina hoje é devida a quê? Certamente muitos são os fatores. É no âmago dessa questão que a arte como questão se faz presente. Pode se falar em arte sem levar em consideração a questão do sagrado? Difícil. Porém, ela se faz presente de um modo muito simples e especial que se perdeu com o próprio distanciamento do sagrado acontecido na dinâmica dessas transformações históricas. Transformações essas que dizem respeito à própria dinâmica de o próprio sagrado se destinar. Mas ele, por mais que esteja esquecido, nunca se distancia e torna ausente como tal. Pelo contrário, sem sua presença, sua proximidade, tudo perderia o sentido e o próprio vigor de realização do real. E ele é próximo, tão próximo que até para sermos o que somos só podemos ser sendo essa proximidade. Porém, em tudo que fazemos temos a tendência, hoje e há muito tempo, a considerá-lo distante e inalcançável, como se ele fosse outro que não o vigor do que nos é próprio" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A presença constante do sagrado". In: https://travessiapoetica.blogspot.com.br/ postado em 23 de fevereiro de 2017.