Imaginar

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: CASTRO, Manuel Antônio de. "Ficção e literatura infantil". In: ------------. ''Tempos de Metamorfose''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1994, p. 134.
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: "O caráter fictício da [[ficção]] é o mais aceito, daí [[originar]] diretamente a [[palavra]]. Se bem observarmos, o [[fingir]], enquanto [[narrar]], é a própria [[tensão]] manifestada do [[formar]] e do [[imaginar]].  O [[narrar]] constitui-se em [[forma]] e abre o [[espaço]] para o [[imaginar]]. Nele, a [[Linguagem]] se manifesta como [[língua]], instituindo [[realidades]]. Tenhamos bem [[claro]] que a [[ficção]] não é encarada como algo [[falso]]. O [[fingir]] da [[ficção]], quase [[sempre]], enche de [[graça]] e de [[prazer]] o [[leitor]], num envolvimento [[lúdico]] que  o simplesmente [[falso]] jamais explicaria. Daí podermos [[deduzir]] que a [[ficção]] nos remete para o [[homem]] em sua [[essência]], em que o [[lúdico]] [[profundo]] é a [[luz]] [[visível]] da [[verdade]]" (1).
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: Referência:
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: CASTRO, Manuel Antônio de. "Ficção e literatura infantil". In: ------------. ''Tempos de Metamorfose''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1994, p. 136.

Edição de 22h49min de 15 de Agosto de 2020

Imaginar, ver imaginação

1

"Todo imaginar já é um pré-compreender, que nem sempre encontra a sua expressão. Aí é que, para aparecer, no poeta acontece o “lutar com palavras...”, de que nos fala o poeta Drummond no poema “O lutador” (DRUMMOND, 1973, 67). E isso ainda é mais verdadeiro quando sabemos que “palavra” diz o que faz mediação entre o que é e o não é, entre o limite e o não-limite" (2).


Referência:
(1) ANDRADE, Carlos Drummond de. Reunião. 4a. e. Rio de Janeiro, José Olympio, 1973, p. 67.
(2) CASTRO, Manuel Antônio de. "Leitura: compreender e interpretar". In: -----. Leitura: questões. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 91.

2

"Também melhor se entende a ficcionalidade se atentarmos para o terceiro significado do verbo latino fingere: imaginar. O imaginar é o contraponto do formar. O contraponto indica a presença da tensão do limite e do ilimitado, da diferença e da identidade, da língua e da Linguagem. O formar sem o imaginar origina os formalismos, provocando equívocos sobre o fazer literário. Já o literário se realiza quando o imaginário irrompe em produções. É isto o que caracteriza fundamentalmente a literatura infantil: uma presença marcante e irrefreável do imaginário. Porque a criança é mais sensível ao imaginário. Nela, o sonho é realidade e a realidade é sonho. Nela, o imaginário é realidade e a realidade é imaginário. Ainda não sofreu o processo de formação que a deforma para o real-imaginário e a deseduca para a humanização. Pelo imaginar, o homem consuma a sua humanização, na medida em que manifesta o sentido do que ele é. Isso se chama libertação. Na realidade ficcional-literária o imaginar é o real vigorando" (1).


Referência:
CASTRO, Manuel Antônio de. "Ficção e literatura infantil". In: ------------. Tempos de Metamorfose. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1994, p. 134.

3

"O caráter fictício da ficção é o mais aceito, daí originar diretamente a palavra. Se bem observarmos, o fingir, enquanto narrar, é a própria tensão manifestada do formar e do imaginar. O narrar constitui-se em forma e abre o espaço para o imaginar. Nele, a Linguagem se manifesta como língua, instituindo realidades. Tenhamos bem claro que a ficção não é encarada como algo falso. O fingir da ficção, quase sempre, enche de graça e de prazer o leitor, num envolvimento lúdico que o simplesmente falso jamais explicaria. Daí podermos deduzir que a ficção nos remete para o homem em sua essência, em que o lúdico profundo é a luz visível da verdade" (1).


Referência:
CASTRO, Manuel Antônio de. "Ficção e literatura infantil". In: ------------. Tempos de Metamorfose. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1994, p. 136.
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