Imagem

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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:Imagem e projeto. Estes dizem respeito à [[realização]] e [[forma]] / ''[[morphe]] que inclui no projeto não só a imagem, mas também o que nele aparece e pode acontecer, não sendo o [[agir] humano nada mais do que o agenciador daquilo que já tem a [[possibilidade]] de agir e chegar a [[ser]]. É nesse [[sentido]] que o [[pensador]] Platão criou a [[palavra]] ''Eidos" (imagem, perfil), uma vez que ele diz o [[ver]] das possibilidades de se tornar [[real]], de realizar-se. Só há e só pode haver imagem, porque vemos, temos ''idea'', ideias, imagens da realidade manifestando-se. Por isso, dessa palavra originou-se [[ideal] e idealismo. Ao contrário do que se diz, estes não são [[negativos]], mas a única possibilidade de a [[realidade]] estar se transformando pelo agenciar do [[trabalho]] do ser humano. É que ''eidos'' diz simplesmente ''possibilidade'' vista. Como o ser humano é possibilidades de e para possibilidades, caso contrário ele não seria um projeto, um [[entre-ser]], não se poderia continuar sempre a projetar a transformação do real. Mas esse agir só é possível porque são possibilidade doadas pelo ser, lhe advêm da ''physis''. O ser humano é ontologicamente idealista. Mas este tem de obedecer às leis da ''physis'' e não às leis sociais, meros sistemas de ordenamento dos seres e das ações humanas, tendo [[fundamento]] na [[razão]].
:Imagem e projeto. Estes dizem respeito à [[realização]] e [[forma]] / ''[[morphe]] que inclui no projeto não só a imagem, mas também o que nele aparece e pode acontecer, não sendo o [[agir] humano nada mais do que o agenciador daquilo que já tem a [[possibilidade]] de agir e chegar a [[ser]]. É nesse [[sentido]] que o [[pensador]] Platão criou a [[palavra]] ''Eidos" (imagem, perfil), uma vez que ele diz o [[ver]] das possibilidades de se tornar [[real]], de realizar-se. Só há e só pode haver imagem, porque vemos, temos ''idea'', ideias, imagens da realidade manifestando-se. Por isso, dessa palavra originou-se [[ideal] e idealismo. Ao contrário do que se diz, estes não são [[negativos]], mas a única possibilidade de a [[realidade]] estar se transformando pelo agenciar do [[trabalho]] do ser humano. É que ''eidos'' diz simplesmente ''possibilidade'' vista. Como o ser humano é possibilidades de e para possibilidades, caso contrário ele não seria um projeto, um [[entre-ser]], não se poderia continuar sempre a projetar a transformação do real. Mas esse agir só é possível porque são possibilidade doadas pelo ser, lhe advêm da ''physis''. O ser humano é ontologicamente idealista. Mas este tem de obedecer às leis da ''physis'' e não às leis sociais, meros sistemas de ordenamento dos seres e das ações humanas, tendo [[fundamento]] na [[razão]].
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Edição de 03h44min de 11 de Agosto de 2013

1

"O poeta nomeia as coisas: estas são plumas, aquelas são pedras. E de súbito afirma: as pedras são plumas, isto é aquilo. Os elementos da imagem não perdem seu caráter concreto e singular: as pedras continuam sendo pedras, ásperas, duras, impenetráveis, amarelas de sol ou verdes de musgo: pedras pesadas. E as plumas, plumas: leves. A imagem resulta escandalosa porque desafia o princípio de contradição: o pesado é ligeiro. Ao enunciar a identidade dos contrários, atenta contra os fundamentos do nosso pensar" (1).


Referência:
(1) PAZ, Octavio. Signos em rotação. São Paulo: Perspectiva, 1972, p. 38.


Ver também:


2

"Quando oponho conceito e imagem, é necessário deixar bem claro o alcance de imagem. José Lezama Lima tem toda uma teoria sobre imagem que eu denominaria poética. Pois há imagens não-poéticas. Sobretudo a pós-modernidade se constrói em cima de imagens, através dos meios de comunicação, mas aí já são imagens representadas. Por isso, segundo Nelson Brissac Peixoto: '... a maioria absoluta das informações que o homem moderno recebe lhe vêm por imagens'" (1). A imagem poética é aquela que não pode ser reduzida a simples meio de informação, mas que traz, em si, no seu mostrar, o fazer aparecer o que se presenteando, dando-se, tanto mais se faz presente quanto mais se vela.


- Manuel Antônio de Castro


Referência:
(1) NOVAES, Adauto (org.). "O olhar do estrangeiro". In: O olhar. Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 1995, p. 65.


3

"O nome que se costuma dar à fisionomia e ao aspecto de alguma coisa é 'imagem'. A essência da imagem é: deixar ver alguma coisa. Por outro lado, as reproduções e imitações são deformações da imagem propriamene dita que, enquanto fisionomia, deixa ver o invisível, dando-lhe assim uma imagem que o faz participar de algo estranho. Tomando essa medida cheia de mistério, a saber, a fisionomia do céu, a poesia fala por 'imagens'. Assim e num sentido muito privilegiado, as imagens poéticas são imaginações. Imaginações e não meras fantasias ou ilusões. Imaginações entendidas não apenas como inclusões do estranho na fisionomia do que é familiar, mas também como inclusões passíveis de serem visualizadas. O dizer poético das imagens reúne integrando a claridade e a ressonância dos muitos aparecimentos celestes numa unidade com a obscuridade e a silenciosidade do estranho".


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. "... poeticamente o homem habita...". In: Ensaios e conferências. Petrópolis: Vozes, 2002, p. 177.


Ver também:


4

Imagem e projeto. Estes dizem respeito à realização e forma / morphe que inclui no projeto não só a imagem, mas também o que nele aparece e pode acontecer, não sendo o [[agir] humano nada mais do que o agenciador daquilo que já tem a possibilidade de agir e chegar a ser. É nesse sentido que o pensador Platão criou a palavra Eidos" (imagem, perfil), uma vez que ele diz o ver das possibilidades de se tornar real, de realizar-se. Só há e só pode haver imagem, porque vemos, temos idea, ideias, imagens da realidade manifestando-se. Por isso, dessa palavra originou-se [[ideal] e idealismo. Ao contrário do que se diz, estes não são negativos, mas a única possibilidade de a realidade estar se transformando pelo agenciar do trabalho do ser humano. É que eidos diz simplesmente possibilidade vista. Como o ser humano é possibilidades de e para possibilidades, caso contrário ele não seria um projeto, um entre-ser, não se poderia continuar sempre a projetar a transformação do real. Mas esse agir só é possível porque são possibilidade doadas pelo ser, lhe advêm da physis. O ser humano é ontologicamente idealista. Mas este tem de obedecer às leis da physis e não às leis sociais, meros sistemas de ordenamento dos seres e das ações humanas, tendo fundamento na razão.


- Manuel Antônio de Castro
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