Diabo
De Dicionrio de Potica e Pensamento
(Diferença entre revisões)
(→2) |
(→3) |
||
(4 edições intermediárias não estão sendo exibidas.) | |||
Linha 5: | Linha 5: | ||
: Referência: | : Referência: | ||
- | : (1) Entrevista com Guimarães Rosa, conduzida por Günter Lorenz no Congresso de Escritores Latino-Americanos, em janeiro de 1965 e publicada em seu livro: ''Diálogo com a América Latina''. São Paulo: E.P.U., 1973. Acessada no site: www.tirodeletra.com.br/entrevistas/Guimarães Rosa - 1965.htm, p.11. | + | : (1) Entrevista com Guimarães Rosa, conduzida por Günter Lorenz no Congresso de Escritores Latino-Americanos, em janeiro de 1965 e publicada em seu livro: '''Diálogo com a América Latina'''. São Paulo: E.P.U., 1973. Acessada no site: www.tirodeletra.com.br/entrevistas/Guimarães Rosa - 1965.htm, p.11. |
== 2 == | == 2 == | ||
- | : A [[palavra]] [[diabo]] vem do [[grego]] e se compõe do prefixo: ''diá'': através de; e do verbo ''ballein'': lançar. Dele se formou o [[substantivo]] ''dia-bolos'', que significa, portanto, a força através da qual algo é lançado. O ''[[diabo]]'' se torna, assim, uma força mediadora. O [[diabo]] é [[figura]]-[[questão]] ou [[personagem]] portadora do [[poder]] do [[sagrado]], manifestando-se enquanto [[verbo]]/[[ação]] ou [[parábola]]. De [[parábola]], [[palavra]] [[grega]], se formou [[palavra]]. | + | : A [[palavra]] [[diabo]] vem do [[grego]] e se compõe do prefixo: ''diá'': através de; e do [[verbo]] ''ballein'': lançar. Dele se formou o [[substantivo]] ''dia-bolos'', que significa, portanto, a [[força]] através da qual [[algo]] é lançado. O ''[[diabo]]'' se torna, assim, uma [[força]] [[mediadora]]. O [[diabo]] é [[figura]]-[[questão]] ou [[personagem]] portadora do [[poder]] do [[sagrado]], manifestando-se enquanto [[verbo]]/[[ação]] ou [[parábola]]. De [[parábola]], [[palavra]] [[grega]], se formou [[palavra]]. |
Linha 19: | Linha 19: | ||
: Referência: | : Referência: | ||
- | : (1) ROSA, João Guimarães. ''Grande sertão: veredas | + | : (1) ROSA, João Guimarães. '''Grande sertão: veredas. 6. e. Rio de Janeiro: José Olympio, 1968''', p. 12. |
- | + | ||
- | + | ||
== 4 == | == 4 == | ||
Linha 28: | Linha 26: | ||
: - [[Manuel Antônio de Castro]] | : - [[Manuel Antônio de Castro]] | ||
+ | |||
+ | == 5 == | ||
+ | : [[Diabo]] é o [[jogo]] [[entre]] o [[consertar]] e o [[concertar]]. | ||
+ | |||
+ | |||
+ | : - [[Manuel Antônio de Castro]]. |
Edição atual tal como 20h50min de 21 de Abril de 2024
Tabela de conteúdo |
1
- "... Provavelmente, eu seja como meu irmão Riobaldo. Pois o diabo pode ser vencido simplesmente porque existe o homem, a travessia para a solidão, que equivale ao infinito" (1).
- Referência:
- (1) Entrevista com Guimarães Rosa, conduzida por Günter Lorenz no Congresso de Escritores Latino-Americanos, em janeiro de 1965 e publicada em seu livro: Diálogo com a América Latina. São Paulo: E.P.U., 1973. Acessada no site: www.tirodeletra.com.br/entrevistas/Guimarães Rosa - 1965.htm, p.11.
2
- A palavra diabo vem do grego e se compõe do prefixo: diá: através de; e do verbo ballein: lançar. Dele se formou o substantivo dia-bolos, que significa, portanto, a força através da qual algo é lançado. O diabo se torna, assim, uma força mediadora. O diabo é figura-questão ou personagem portadora do poder do sagrado, manifestando-se enquanto verbo/ação ou parábola. De parábola, palavra grega, se formou palavra.
3
- "Que o que gasta, vai gastando o diabo de dentro da gente, aos pouquinhos, é o razoável sofrer. E a alegria de amor..." (1).
- Referência:
- (1) ROSA, João Guimarães. Grande sertão: veredas. 6. e. Rio de Janeiro: José Olympio, 1968, p. 12.
4
- Quando compreendemos a essência do não-poder, a nossa compreensão da figura do diabo nos aparece no que ele é, de fato, ele não-é. Desse modo, a tentação tem, no fundo, a dúvida do ser humano em resistir ao que se lhe oferece e aparece como bom e um bem. Ceder à tentação é deixar-se atrair pelo não-poder. Resistir-lhe é afirmar o ser e o seu poder. Fica evidente que o horizonte de todas as tentações, ou seja, do diabo, para o ser humano se constitui no fato de sermos limitados e estarmos sempre querendo ir além dos limites. Se bem observarmos, o limite tem para o ser humano um sentido ambíguo: de um lado, temos sempre de estar ultrapassando nossos limites, pois isso é existir; de outro lado, se não compreendemos essencialmente o sentido do limite, podemos cair no não-poder, isto é, no não-ser. Daí a importância do pensar.
5