Angústia

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: (1) HEIDEGGER, Martin. "Que é metafísica?". In: ------. ''Heidegger''. Coleção ''Os pensadores''. São Paulo: Abril Cultural, 1979, p. 40.
: (1) HEIDEGGER, Martin. "Que é metafísica?". In: ------. ''Heidegger''. Coleção ''Os pensadores''. São Paulo: Abril Cultural, 1979, p. 40.
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: "Jamais a [[proximidade]] será a [[realização]] de todas as [[possibilidades]]. Nunca haverá uma anulação da [[distância]] nem uma [[plenitude]] total na [[proximidade]], simplesmente porque é [[impossível]] tanto a [[distância]] total quanto a [[proximidade]] total" (1). Daí surge a [[angústia]] e a [[ansiedade]].
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: - [[Manuel Antônio de Castro]].
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Amar e ser". In: ------. ''Arte: o humano e o destino''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, 307.

Edição de 20h35min de 30 de Julho de 2019

1

"Na angústia - dizemos nós - 'a gente se sente estranho'. O que suscita tal estranheza e o que é por ela afetado? Não podemos dizer diante de que a gente se sente estranho. A gente se sente totalmente assim. Todas as coisas e nós mesmos afundamo-nos numa indiferença. Isto, entretanto, não no sentido de um simples desaparecer, mas em se afastando elas se voltam para nós. Este afastar-se do ente em sua totalidade, que nos assedia na angústia, nos oprime. Não resta nenhum apoio. Só resta e nos sobrevém - na fuga do ente - este 'nenhum'. A angústia manifesta o nada" (1).


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. "Que é metafísica?". In: ------. Heidegger. Coleção Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1979, p. 39.

2

"A angústia nos corta a palavra. Pelo fato de o ente em sua totalidade fugir e, assim, justamente, nos acossar o nada, em sua presença, emudece qualquer dicção do "é". O fato de nós procurarmos muitas vezes, na estranheza da angústia, romper o vazio silêncio com palavras sem nexo é apenas o testemunho da presença do nada. Que a angústia revela o nada é confirmado imediatamente pelo próprio homem quando a angústia se afastou. Na posse da claridade do olhar, a lembrança recente nos leva a dizer: Diante de que e por que nós nos angustiamos era "propriamente" - nada. Efetivamente: o nada mesmo - enquanto tal - estava aí" (1).
De alguma maneira a angústia está ligada à nossa condição humana de finitos, ou seja, à nossa finitude, pois nesta nos defrontamos com o nada que elimina quaisquer limites e então surge a angústia diante do infinito. É que a finitude se faz presente em todo o nosso caminhar, em todo o nosso querer, em todas as nossas ações em sua essência. Como fica a nossa liberdade e o nosso conhecer? Devemos seguir Sócrates quando diz que só sei que nada sei? Certamente somente o ser humano é tomado pela angústia, pois só ele é finito e sabe que é finito diante do infinito. Como fica diante da finitude a nossa plenitude e felicidade?


- Manuel Antônio de Castro
Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. "Que é metafísica?". In: ------. Heidegger. Coleção Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1979, p. 40.


3

"Jamais a proximidade será a realização de todas as possibilidades. Nunca haverá uma anulação da distância nem uma plenitude total na proximidade, simplesmente porque é impossível tanto a distância total quanto a proximidade total" (1). Daí surge a angústia e a ansiedade.


- Manuel Antônio de Castro.
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Amar e ser". In: ------. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, 307.
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