Rosa
De Dicionário de Poética e Pensamento
Edição feita às 15h59min de 23 de março de 2021 por Profmanuel (Discussão | contribs)
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- O mais belo da vida é sempre o imprevisÃvel, o sem-causa, o sem-por quê. Ou como nos diz Rosa no conto “Reminisçãoâ€: “E há os súbitos, encobertos acontecimentos, dentro da gente†(1). O súbito de todo instante poético acontecendo eis a memória originária, poética. Sem esta não há cronologia e causalidade nem a realidade tem sentido.
- Referência:
- (1) ROSA, João Guimarães. Tutameia. Rio de Janeiro: José Olympio, 1967, p. 81.
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- Para se entender a diferença entre causalidade e não-causalidade, que é difÃcil, é bom apelar para o Pensador Rosa. Causalidade indica a essência do agir baseado nas causas e Rosa o sintetiza no verbo consertar. Neste não só o agir visa a um efeito, mas também o sujeito do agir se localiza, se funda no agir do homem. Já a não-causalidade é indicada por Rosa com outro verbo: concertar. Por este, o ser humano realiza o seu télos deixando-se tomar pelo vigor do Ser. Aà não pode haver causalidade, mas vigora a não-causalidade.
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- "Riobaldo, como imagem, não é, porque Riobaldo é personagem-questão. Perguntar se ele é real ou fictÃcio é sem sentido, pois não é uma coisa nem outra. Enquanto imagem-poético-manifestativa de questões, é imagem-personagem-questão" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Obra de arte e imagem-questão". In: ---------. Leitura: questões. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 235.