Objeto

De Dicionrio de Potica e Pensamento

Edição feita às 20h21min de 21 de Julho de 2019 por Profmanuel (Discussão | contribs)

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"Um outro exemplo da idade moderna de criação da razão e da consciência é de Kant, cogitans objectum me objectum, da Analítica dos Princípios. Pensando o objeto que não sou eu, mas que se opõe a mim e por isso é “ob-jecto”, descubro que sou eu que penso o objeto oposto a mim. Essa oposição não é tão radical assim. Por isso, isso é o que constitui a consciência. Sem essa experiência de não ser radical, de não ser por exclusividade e exclusão radical a diferença entre sujeito e objeto; por isso é que há a possibilidade da consciência, que pode se tornar qualquer coisa, sem violar e deturpar a diferença" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "Idea, Eidos". Conf. proferida na UERJ, em 2005.

2

"Tudo que for limitado pela forma, aspecto, som, cor,
Chama-se objeto.
Entre todos eles, só o homem
É mais do que um objeto.
Embora, como os objetos, possua ele forma e aspecto,
Não se limita pela forma. Ele é mais.
Não pode atingir a não-forma.
Quando está ele além da forma e aspecto,
Além 'deste', ou 'daquele',
Onde a comparação
Com outro objeto?
Onde o conflito?
O que pode servir de obstáculo?
Ele ficará em seu lugar eterno
Que é o não-lugar" (1).
Referência:
(1) MERTON, Thomas. A via de Chuang Tzu, 9. e. Petrópolis: Vozes, 1999, p. 137.


3

O homem moderno criará a partir da imaginação. Contudo, para isto haverá uma profunda transformação. E a grande metáfora para indicar e conduzir esta mudança será o universo como um gigantesco relógio. Nesta mudança o Ser é substituído pelo Tempo, mas agora um tempo que pode ser conhecido, medido e até se podem efetuar intervenções, fundamentadas, claro, desde então, nesse novo conhecimento que passou a ser denominado científico, porque objetivo. E desde então só será verdadeiro o que for científico. A prática vai levar a metáfora do relógio/tempo para todas as esferas da realidade/natureza. Temos de ficar atentos às reduções que se vão operando. A mais complexa é aí o abandono da preocupação ontológica com o que é e o foco único no como é, mas não mais relacionado a o que é. Agora o como é diz respeito a o como se conhece. É este em última instância que determina tudo, pois tudo será objeto do conhecimento que se torna o verdadeiro sujeito, o verdadeirocriador”. Um tal conhecimento é exercido pela razão crítica, que se fundamenta na Razão Crítica de Kant.


- Manuel Antônio de Castro.
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