Unidade
De Dicionrio de Potica e Pensamento
Edição feita às 00h55min de 4 de fevereiro de 2018 por Profmanuel (Discussão | contribs)
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- " - Um prendedor de cabelos entre os dedos:' - Olhe isto aqui. Tem dois dentes, mas é um alfinete. São dois, porém, é um. Se eu o endireitar, ele se torna uma entidade única. Se eu dobrá-lo, ele se torna dois... sem deixar de ser um. Isso significa que esses dois são um. Mas se eu quebrá-lo, agora eles são dois' " (1).
- Referência:
- (1). BERGMAN, Ingmar. Fala do velho Diretor de teatro Henrik Vogler (Erland Josephson), no filme Depois do ensaio Suécia, 1984.
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- "Uma unidade existente ou criada vigor|vigora sempre como unidade, significa: mesmo que composta por outras unidades, a volta a essas unidades é necessariamente diluição, tanto quanto o é a volta de uma unidade composta às unidades componentes. Uma unidade se caracteriza basicamente enquanto unidade seja ela originária ou não. Uma unidade é irrepetível no outro, ela não se expõe à dinâmica da igualdade. Uma unidade só é igual a si mesma. É a partir desse ser igual a si mesma que ela é concomitantemente exigência de um outro, ou de uma outra unidade. A unidade é a insuficiência manifesta pela suficiência. A imposição da realidade como dinâmica se dá a partir da unidade que esta mesma realidade é ao mesmo tempo, capaz e incapaz de produzir" (1).
- Referência:
- (1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 53-4.
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- "O mestre de quase todos, Hesíodo, estão convencidos de que ele sabe quase tudo, ele, que distinguia dia e noite; pois se dá a unidade" (1).
- Referência:
- (1) HERÁCLITO. Fragmento 57. In: Os pensadores originários - Anaximandro, Parmênides, Heráclito. Trad. Emmanuel Carneiro Leão. Petrópolis: Vozes, 1991, p. 73.
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- Qual a importância de se pensar o mesmo, não como conceito, mas como o elemento onde o tempo é e está sendo tempo? É que o mesmo dá unidade ao antes e ao depois e à travessia. Essa unidade é a realidade enquanto morte, não mais como fim, mas como simples possibilidade de ser e de consumar o próprio.
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- "A unidade é o ponto inicial de qualquer desencadear de realidade. Toda realidade é unidade de identidade e diferença. Na medida em que toda unidade é a vigência do mais simples e do mais complexo, toda unidade é sem dobras, e ao mesmo tempo a exigência de dobramento" (1).
- Referência:
- (1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 53.
- Ver também:
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- "Uma unidade se caracteriza basicamente enquanto unidade seja ela originária ou não. Uma unidade é irrepetível no outro, ela não se expõe à dinâmica da igualdade. Uma unidade só é igual a si mesma. É a partir desse ser igual a si mesma que ela é concomitantemente exigência de um outro, ou de uma outra unidade. A unidade é a insuficiência manifesta pela suficiência. A imposição da realidade como dinâmica se dá a partir da unidade que esta mesma realidade é ao mesmo tempo, capaz e incapaz de produzir" (1).
- Referência:
- (1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 53.
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- "Quando tomamos a pergunta como ponto de partida de nossa investigação metafísica, constatamos reflexivamente que somos capazes de perguntar por tudo sem limitações. Mostrou-se também que perguntar por tudo não significava perguntar uma por uma todas as realidades particulares, mas, sim, a capacidade de ultrapassar todas as particularidades e perguntar de uma vez por tudo, num ato unificador através da pergunta. A pergunta assim revelava-se como eminentemente unificante, já que por ela não se unificam apenas algumas realidades particulares, mas todas de uma vez. Porém, poder unificar a tudo através da pergunta, ou seja, poder perguntar por tudo de uma vez, só é possível se tudo forma realmente uma unidade original. Em que consiste esta unidade fundamental? A isto podemos responder respondendo à pergunta: Em virtude de que a pergunta unifica tudo? Quando eu pergunto: “O que é isto?”, “O que é aquilo?”, “O que é tudo isto?”, a própria pergunta nos responde: a unidade de todo o perguntável é constituído pelo “é”, que é comum a tudo aquilo que eu pergunto, é constituída pelo fato de que o ente é, posto no ser e em virtude do ser. Ora, de tudo posso dizer que “é”. Logo posso perguntar por tudo unificando a tudo em virtude do ser" (1). Por isso, a unidade se constitui num dos quatro transcendentais, ou seja, o uno, o verdadeiro, o bom e o belo, a que correspondem: a unidade, a verdade, o bem e a beleza.
- Referência:
- (1) HUMMES, Cláudio. Metafísica. Mímeo. Daltro Filho/Imigrantes/RS, 1963.
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- "Numa unidade, o que se dá é um processo de presentificação do uno. Uma unidade é possível quando, mesmo que diferentes, duas coisas con-formem uma, que passe a ter sua vigência de modo indissolúvel, a quebra de sua unidade passa a ser fator de sua destruição. Significa: no caso de duas ou mais coisas diferentes, nós passamos a ter uma unidade quando uma vez juntas essas unidades, se é incapaz de devolvê-las, por nenhum processo, a suas diferenças originais sem que com isso fique destruída a nova unidade composta por essas mesmas coisas. Há unidade quando há harmonia, um acordo, na junção em que se cria uma outra unidade indissolúvel" (1).
- Referência:
- (1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 50.
- Ver também:
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- "Há na unidade a vigência de identidade e diferença, a unidade é sempre unidade de identidade e diferença, do mesmo e do outro. Toda e qualquer instância da unidade é disposição de tensão, isto é, na medida em que ordena e é ordenada, a unidade não vige sem tensão. Essa tensão se dá porque a unidade é, internamente, a vigência do uno enquanto uno, ao mesmo tempo em que, a partir dessa vigência, instaura, externamente, uma dinâmica de diferença que é ao mesmo tempo uma dinâmica de diferença específica, em que as tentativas de identificação generalizantes se apresentam insuficientes, para dar conta da diferença específica imposta. A unidade traz, desse modo, uma dinamicidade pela vigência de identidade e diferença postas concretamente, interna e externamente, em dinâmica pela vigência de toda e qualquer unidade. Por trazer à presença uma dinâmica de diferenças, a unidade enquanto unidade tem sempre consigo o desconhecido ou, ao menos, potencialmente, o desconhecido e só é unidade em con-junção com esse desconhecido" (1).
- Referência:
- (1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 53.