Cinema
De Dicionrio de Potica e Pensamento
(Diferença entre revisões)
(→2) |
(→4) |
||
Linha 22: | Linha 22: | ||
== 4 == | == 4 == | ||
- | : "O senhor nunca foi de levantar bandeiras. Como era a [[recepção]] disso no pós-guerra?" (1). | + | : "''O senhor nunca foi de levantar bandeiras. Como era a [[recepção]] disso no pós-guerra?''" (1). |
- | : "As pessoas me acusavam de não ter [[opinião]], o que é precipitado, porque o [[fato]] de [[escolher]] um enquadramento já é um [[posicionamento]]. John Rouch falava que eu filmo o que eu não sei. Muitos diretores filmam aquilo que eles denunciam. Eu filmo para [[entender]] o que não conheço. Isso vai contra a regra do [[cinema]] [[engajado]] do pós-guerra. Sinto que fiz certo, porque dizem que o meu [[estilo]] não envelheceu" (1). | + | : "''As pessoas me acusavam de não ter [[opinião]], o que é precipitado, porque o [[fato]] de [[escolher]] um enquadramento já é um [[posicionamento]]. John Rouch falava que eu filmo o que eu não sei. Muitos diretores filmam aquilo que eles denunciam. Eu filmo para [[entender]] o que não conheço. Isso vai contra a regra do [[cinema]] [[engajado]] do pós-guerra. Sinto que fiz certo, porque dizem que o meu [[estilo]] não envelheceu''" (1). |
Linha 29: | Linha 29: | ||
: (1) DEPARDON, Raymond. Cineasta e fotógrafo francês. In: ''O Globo''. Primeiro caderno, p. 2, 29-01-2018. Entrevista a Marcello Ramos. | : (1) DEPARDON, Raymond. Cineasta e fotógrafo francês. In: ''O Globo''. Primeiro caderno, p. 2, 29-01-2018. Entrevista a Marcello Ramos. | ||
+ | |||
+ | |||
+ | |||
+ | == 5 == | ||
+ | : "''...que [[cinema]] você queria para o Brasil e quais as condições mínimas para que ele possa [[existir]]?''" (1). | ||
+ | : "''Estamos no meio de um enorme [[mutação]] [[tecnológica]], e isso afeta a maneira como vamos [[produzir]] e [[ver]] [[imagens]] daqui para a frente. O que vai [[ser]] do [[cinema]]? Essa [[pergunta]] não pode ser dissociada de uma [[questão]] mais ampla: em que [[mundo]] queremos [[viver]]? Anunciaram tantas vezes a [[morte]] da [[pintura]], da [[fotografia]], do [[teatro]], e essas [[formas]] de [[representação]] continuam firmes e fortes. Da mesma [[forma]], não acredito na [[morte]] do [[cinema]]. Desde as [[pinturas]] rupestres de Lascaux, o [[homem]] desejou [[deixar]] um [[registro]] de sua [[história]], algo que possa [[ser]] dividido com as [[gerações]] [[futuras]]. O [[cinema]] [[renascerá]] [[sempre]]''" (1). | ||
+ | |||
+ | |||
+ | : Referência: | ||
+ | |||
+ | : (1) SALLES, Walter. Cineasta. In: ''O Globo''. Segundo Caderno, p. 2, 5-11-2019. Entrevista a Fátima Sá. |
Edição de 22h10min de 28 de Novembro de 2019
Tabela de conteúdo |
1
- O grego pensa a realidade que não cessa de mudar a partir de quatro movimentos. Estes movimentos remetem para muitas questões, sobretudo tempo, fenômeno, representação, cinema, imagem, processo, visão. A palavra cinema vem diretamente da palavra grega que diz movimento: kinesis.
2
- "O teatro e o cinema indiscutivelmente são duas formas de trabalho de imensa carga erótica. O diretor tenta ser perfeito como pessoa, como artista, em todos os sentidos. E os atores e atrizes também tentam ser perfeitos. E isso pode facilmente gerar tensões incrivelmente prazerosas" (1).
- Referência:
- (1) BERGMAN, Ingmar. Fala dele no filme: A ilha de Bergman. Direção de Marie Nyreröd, 2004.
3
- "Amo muito o cinema. Eu mesmo ainda não sei muita coisa: se, por exemplo, meu trabalho corresponderá exatamente à concepção que tenho, ao sistema de hipóteses com que me defronto atualmente. Além do mais, as tentações são muitas: a tentação dos lugares-comuns, das ideias artísticas dos outros. Em geral, na verdade, é tão fácil rodar uma cena de modo requintado, de efeito, para arrancar aplausos... Mas basta voltar-se nessa direção e você está perdido. Por meio do cinema, é necessário situar os problemas mais complexos do mundo moderno no nível dos grandes problemas que, ao longo dos séculos, foram objetos da literatura, da música e da pintura. É preciso buscar, buscar sempre de novo, o caminho, o veio ao longo do qual deve mover-se a arte do cinema" (1).
- Referência:
- (1) TARKOVSKI, Andrei. Esculpir o tempo. São Paulo: Martins, 2010. Texto da Orelha do livro.
4
- "O senhor nunca foi de levantar bandeiras. Como era a recepção disso no pós-guerra?" (1).
- "As pessoas me acusavam de não ter opinião, o que é precipitado, porque o fato de escolher um enquadramento já é um posicionamento. John Rouch falava que eu filmo o que eu não sei. Muitos diretores filmam aquilo que eles denunciam. Eu filmo para entender o que não conheço. Isso vai contra a regra do cinema engajado do pós-guerra. Sinto que fiz certo, porque dizem que o meu estilo não envelheceu" (1).
- Referência:
- (1) DEPARDON, Raymond. Cineasta e fotógrafo francês. In: O Globo. Primeiro caderno, p. 2, 29-01-2018. Entrevista a Marcello Ramos.
5
- "...que cinema você queria para o Brasil e quais as condições mínimas para que ele possa existir?" (1).
- "Estamos no meio de um enorme mutação tecnológica, e isso afeta a maneira como vamos produzir e ver imagens daqui para a frente. O que vai ser do cinema? Essa pergunta não pode ser dissociada de uma questão mais ampla: em que mundo queremos viver? Anunciaram tantas vezes a morte da pintura, da fotografia, do teatro, e essas formas de representação continuam firmes e fortes. Da mesma forma, não acredito na morte do cinema. Desde as pinturas rupestres de Lascaux, o homem desejou deixar um registro de sua história, algo que possa ser dividido com as gerações futuras. O cinema renascerá sempre" (1).
- Referência:
- (1) SALLES, Walter. Cineasta. In: O Globo. Segundo Caderno, p. 2, 5-11-2019. Entrevista a Fátima Sá.