Moira

De Dicionrio de Potica e Pensamento

(Diferença entre revisões)
(1)
(2)
Linha 6: Linha 6:
== 2 ==
== 2 ==
-
: "O [[ser humano]], desde Édipo - o [[mito]] imemorial que pensa o [[humano]] no que lhe é [[próprio]] em sua [[essência]] sócio-político-histórica - sempre teve a pretensão de [[ser]] o [[sujeito]] das suas escolhas e [[realizações]]. A [[Moira]] sorri, em [[silêncio]], diante de tais pretensões, deixando-o iludir-se, em seu pseudo-poder racional de dar-se a [[existência]], segundo a [[liberdade]] fundada na sua [[vontade]]. É uma [[ilusão]] que custa caro e gera o [[sofrimento]] de muitos fracassos inúteis" (1).
+
: "O [[ser humano]], desde Édipo - o [[mito]] imemorial que pensa o [[humano]] e seu sentido no que lhe é [[próprio]] em sua [[essência]] sócio-político-histórica - sempre teve a pretensão de [[ser]] o [[sujeito]] das suas escolhas e [[realizações]]. A [[Moira]] sorri, em [[silêncio]], diante de tais pretensões, deixando-o iludir-se, em seu pseudo-poder racional de dar-se a [[existência]], segundo a [[liberdade]] fundada na sua [[vontade]]. É uma [[ilusão]] que custa caro e gera o [[sofrimento]] de muitos fracassos inúteis" (1).
Linha 12: Linha 12:
: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Eduardo Portella, o professor". In: ''Quatro vezes vinte - Eduardo Portella - Depoimentos''. Rio de Janeiro, Academia Brasileira de Letras, 2012, p. 40.
: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Eduardo Portella, o professor". In: ''Quatro vezes vinte - Eduardo Portella - Depoimentos''. Rio de Janeiro, Academia Brasileira de Letras, 2012, p. 40.
-
 
-
 
== 3 ==
== 3 ==

Edição de 01h27min de 21 de Abril de 2019

Tabela de conteúdo

1

Moira nunca é uma questão de escolha da vontade, mas uma questão de ser possuído pelo extraordinário e é neste "ser possuído" que se dá o acontecer poético. Não é o ser tomado pelo extraordinário uma questão de êxtase ou de êntase repentino, mas é o próprio acontecer poético longa e essencialmente amadurecendo e tomando corpo. É aion desdobrado na tensão poética de kronos e kairós ao longo do suceder das estações e suas horas.


- Manuel Antônio de Castro

2

"O ser humano, desde Édipo - o mito imemorial que pensa o humano e seu sentido no que lhe é próprio em sua essência sócio-político-histórica - sempre teve a pretensão de ser o sujeito das suas escolhas e realizações. A Moira sorri, em silêncio, diante de tais pretensões, deixando-o iludir-se, em seu pseudo-poder racional de dar-se a existência, segundo a liberdade fundada na sua vontade. É uma ilusão que custa caro e gera o sofrimento de muitos fracassos inúteis" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Eduardo Portella, o professor". In: Quatro vezes vinte - Eduardo Portella - Depoimentos. Rio de Janeiro, Academia Brasileira de Letras, 2012, p. 40.

3

"Como é possível o agir em nós? Não estamos, já desde o início, constituídos na perfeição do nosso ser pelos princípios do ser e da essência? Ou como diz o mito: ao nascer já recebemos desde sempre nossa moira. Mal traduzida como destino, no sentido de fatalidade, de fato, diz: possibilidades próprias de realização"(1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O ser, o agir e o humano". In: ---------. Leitura: questões. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 33.


4

"O mito é julgado e descartado a partir do logos, reduzido à razão. E o mito sempre falou do ser humano como pertencente a um genos (de onde se forma a palavra moderna genética). Indicava uma família, um gênero (formada também de genos), uma etnia. Como família tinha algo em comum, o genos, mas cada um dentro desse genos recebia um quinhão, a sua “cota” no genos da família. O nome para esse quinhão foi e é: Moira. A tradução mais tradicional não é quinhão, mas destino" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Poético-ecologia". In: Manuel Antônio de Castro, (org.). Arte: corpo, mundo e terra. Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 26.
Ferramentas pessoais