Modelo
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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- | : "O ''Sacro Império Romano'' tinha como [[modelo]] o ''[[Evangelho]]''; os [[estados]] islâmicos tinham o ''Alcorão''; o [[estado]] liberal foi baseado nas [[ideias]] de Smith e Montesquieu. A [[sociedade]] [[pós-industrial]] não tem [[modelo]]. E, sem um [[modelo]], é [[impossível]] [[definir]] o que é [[bom]] e o que é [[ruim]]; o que é [[verdadeiro]] e o que é [[falso]]. Como diz Sêneca, "...nenhum vento é favorável para o marinheiro que não sabe para onde quer ir". Quem teve que [[elaborar]] o [[modelo]] [[necessário]]? Os [[intelectuais]]. Eles são os [[verdadeiros]] | + | : "O ''Sacro Império Romano'' tinha como [[modelo]] o ''[[Evangelho]]''; os [[estados]] islâmicos tinham o ''Alcorão''; o [[estado]] liberal foi baseado nas [[ideias]] de Smith e Montesquieu. A [[sociedade]] [[pós-industrial]] não tem [[modelo]]. E, sem um [[modelo]], é [[impossível]] [[definir]] o que é [[bom]] e o que é [[ruim]]; o que é [[verdadeiro]] e o que é [[falso]]. Como diz Sêneca, "...nenhum vento é favorável para o marinheiro que não sabe para onde quer ir". Quem teve que [[elaborar]] o [[modelo]] [[necessário]]? Os [[intelectuais]]. Eles são os [[verdadeiros]] culpados da desorientação [[pós-industrial]]" (1). Fica [[evidente]], na [[resposta]], que o [[autor]] fica restrito ao [[modelo]] de sua [[disciplina]], a [[Sociologia]]. Ele não [[pensa]] as [[questões]] [[filosoficamente]], apenas somente do ponto de vista [[sociológico]]. E nesse [[sentido]] a [[Sociologia]] fica [[desorientada]] quanto às [[questões]] [[essenciais]], pois se [[fundamenta]] em alguma [[teoria]] prévia ou [[modelo]] de [[sociedade]], aquela inerente à [[teoria]] [[sociológica]] que adota como [[verdadeira]]. Nela jamais se coloca a [[questão]] da [[verdade]], do [[bom]] e do [[mau]]. O que ele denomina [[sociedade]] [[pós-industrial]] hoje é mais conhecida como [[Globalização]]. |
Edição de 21h17min de 18 de Dezembro de 2024
1
- "Uma vez que a literariedade das obras tratava do que era poético em cada obra, do que era a essência do literário, como poderia haver um cânone, um modelo apriori ou aposteriori? Se a obra sempre acontecia num limite, por outro lado, o que nela é poético e essencial, isto é, a literariedade, esta era ilimitada, para além e aquém de todo e qualquer cânone, modelo ou paradigma" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Eduardo Portella, o professor". In: Quatro vezes vinte - Eduardo Portella - Depoimentos. Rio de Janeiro, Academia Brasileira de Letras, 2012, p. 45.
2
- " - No livro, o senhor comenta que o principal fator de desorientação hoje é o falta de modelos. De onde tirá-los?.
- "O Sacro Império Romano tinha como modelo o Evangelho; os estados islâmicos tinham o Alcorão; o estado liberal foi baseado nas ideias de Smith e Montesquieu. A sociedade pós-industrial não tem modelo. E, sem um modelo, é impossível definir o que é bom e o que é ruim; o que é verdadeiro e o que é falso. Como diz Sêneca, "...nenhum vento é favorável para o marinheiro que não sabe para onde quer ir". Quem teve que elaborar o modelo necessário? Os intelectuais. Eles são os verdadeiros culpados da desorientação pós-industrial" (1). Fica evidente, na resposta, que o autor fica restrito ao modelo de sua disciplina, a Sociologia. Ele não pensa as questões filosoficamente, apenas somente do ponto de vista sociológico. E nesse sentido a Sociologia fica desorientada quanto às questões essenciais, pois se fundamenta em alguma teoria prévia ou modelo de sociedade, aquela inerente à teoria sociológica que adota como verdadeira. Nela jamais se coloca a questão da verdade, do bom e do mau. O que ele denomina sociedade pós-industrial hoje é mais conhecida como Globalização.
- Referência:
- (1) DE MASI, Domenico - Sociólogo. O mundo atual é o melhor dos que já existiram. Entrevista dada a Bolívar Torres. In: O Globo. Segundo Caderno, Quinta-feira, 14.11.2019, p.1. Trata-se do livro do autor: O mundo ainda é jovem. Editora Vestígio, 256 páginas.