Próprio

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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:(1) LISPECTOR, Clarice. ''Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres''. 4ª ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1974, p. 63.
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:(1) LISPECTOR, Clarice. ''Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres''. 4. e. Rio de Janeiro: José Olympio, 1974, p. 63.
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Edição de 21h37min de 18 de Abril de 2017

1

"E o que nos é próprio? A poético-ecologia enquanto cura poético-amorosa, pois apropriarmo-nos do que nos é próprio é amar. Amar é levar à plenitude de sentido o que nos foi dado e é próprio: o tempo enquanto o ser, o nossso destino" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Poético-ecologia". In: Arte: corpo, mundo e terra. CASTRO, Manuel Antônio de (org.). Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 29.

2

"Talvez antes de ele falar, ela tivesse a intenção de um dia dar-se, pois sabia que teria de dar a alguém o que ela era, senão o que faria de si? Como morrer antes de dar-se, mesmo em silêncio? Porque no dar-se teria enfim uma testemunha de si própria" (1).


Referência:
(1) LISPECTOR, Clarice. Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres. 4. e. Rio de Janeiro: José Olympio, 1974, p. 63.

3

"O radical phil- se encontra em várias formas de verbo, substantivo, adjetivo. Corresponde ao pronome nóos, cognato do latim suus. Designa de per si a qualidade e ação de próprio, de apropriar-se e ser próprio. Em Homero (Od. 8, 233, II - 3, 31) phílos significa próprio. Mas o que é próprio, proriedade e apropriar-se? Esta é a pergunta que faz o filósofo. Próprio e propriedade são um conjunto de condições estruturais que se tornou estável por se ter desenvolvido e conquistado num processo de apropriação. Assim, phílo-sóphos indica o homem, enquanto se conquista determinada atitude, por ele se ter apropriado do sabor de viver (sóphos). O homem só se empenha por apropriar-se e se lança à apropriação de saber por já ter sido apropriado pela paixão de viver" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "Definições da filosofia". In: Revista Tempo Brasileiro. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, n. 130/131, 1997, p. 153.


Ver também:


4

A questão do próprio está na tensão dialética entre necessidade e liberdade, sem se oporem radicalmente. Enquanto a ciência se rege por normas gerais, genéricas, da espécie, da genética, a emergência da liberdade e seu cultivo entram em tensão com a dimensão lógico-científico-causal, tensão possível pelo livre-aberto da não-causalidade. É a liberdade poética da verdade em tensão dialética com o causal e lógico. No fundo, é a tensão lógico-dialética de "eu" e "sou", mais complexa do que a consciência, meramente epistemológica, pois tal tensão é ontológica, isto é, é a própria afirmação e eclosão do próprio na vigência do ser.


- Manuel Antônio de Castro.


5

"O meu mais fervoroso desejo sempre foi o de conseguir me expressar nos meus filmes, de dizer tudo com absoluta sinceridade, sem impor aos outros os meus pontos de vista. No entanto, se a visão de mundo transmitida pelo filme puder ser reconhecida por outras pessoas como parte integrante de si próprios, como algo a que nada, até agora, conseguiria dar expressão, que maior estímulo para o meu trabalho eu poderia desejar?" (1).


Referência:
(1) TARKOVSKI, Andrei. Esculpir o tempo. São Paulo: Martins, 2010. Texto do autor na Orelha do livro.
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