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De Dicionrio de Potica e Pensamento
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+ | : (1) TARKOVSKI, Andrei. ''Esculpir o tempo''. São Paulo: Martins, 2010. Texto do autor na Orelha do livro. |
Edição de 08h08min de 3 de Outubro de 2013
1
- "E o que nos é próprio? A poético-ecologia enquanto cura poético-amorosa, pois apropriarmo-nos do que nos é próprio é amar. Amar é levar à plenitude de sentido o que nos foi dado e é próprio: o tempo enquanto o ser, o nossso destino" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. Poético-ecologia. In: Arte: corpo, mundo e terra. CASTRO, Manuel Antônio de (org.). Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 29.
2
- "Talvez antes de ele falar, ela tivesse a intenção de um dia dar-se, pois sabia que teria de dar a alguém o que ela era, senão o que faria de si? Como morrer antes de dar-se, mesmo em silêncio? Porque no dar-se teria enfim uma testemunha de si própria" (1).
- Referência:
- (1) LISPECTOR, Clarice. Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres. 4ª ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1974, p. 63.
3
- "O radical phil- se encontra em várias formas de verbo, substantivo, adjetivo. Corresponde ao pronome nóos, cognato do latim suus. Designa de per si a qualidade e ação de próprio, de apropriar-se e ser próprio. Em Homero (Od. 8, 233, II - 3, 31) phílos significa próprio. Mas o que é próprio, proriedade e apropriar-se? Esta é a pergunta que faz o filósofo. Próprio e propriedade são um conjunto de condições estruturais que se tornou estável por se ter desenvolvido e conquistado num processo de apropriação. Assim, phílo-sóphos indica o homem, enquanto se conquista determinada atitude, por ele se ter apropriado do sabor de viver (sóphos). O homem só se empenha por apropriar-se e se lança à apropriação de saber por já ter sido apropriado pela paixão de viver" (1).
- Referência:
- (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "Definições da filosofia". In: Revista Tempo Brasileiro. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, n. 130/131, 1997, p. 153.
- Ver também:
4
- A questão do próprio está na tensão dialética entre necessidade e liberdade, sem se oporem radicalmente. Enquanto a ciência se rege por normas gerais, genéricas, da espécie, da genética, a emergência da liberdade e seu cultivo entram em tensão com a dimensão lógico-científico-causal, tensão possível pelo livre-aberto da não-causalidade. É a liberdade poética da verdade em tensão dialética com o causal e lógico. No fundo, é a tensão lógico-dialética de "eu" e "sou", mais complexa do que a consciência, meramente epistemológica, pois tal tensão é ontológica, isto é, é a própria afirmação e eclosão do próprio na vigência do ser.
5
- "O meu mais fervoroso desejo sempre foi o de conseguir me expressar nos meus filmes, de dizer tudo com absoluta sinceridade, sem impor aos outros os meus pontos de vista. No entanto, se a visão de mundo transmitida pelo filme puder ser reconhecida por outras pessoas como parte integrante de si próprios, como algo a que nada, até agora, conseguiria dar expressão, que maior estímulo para o meu trabalho eu poderia desejar?" (1).
- Referência:
- (1) TARKOVSKI, Andrei. Esculpir o tempo. São Paulo: Martins, 2010. Texto do autor na Orelha do livro.