Serenidade
De Dicionário de Poética e Pensamento
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- | : I - A transição do [[querer]] para a [[serenidade]] parece-me [[ser]] o ponto difÃcil. | + | : I - A [[transição]] do [[querer]] para a [[serenidade]] parece-me [[ser]] o ponto [[difÃcil]]. |
- | : P - Especialmente quando a [[essência]] da [[serenidade]] ainda nos permanece oculta" (1). | + | : P - Especialmente quando a [[essência]] da [[serenidade]] ainda nos permanece [[oculta]]" (1). |
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- | : (1) HEIDEGGER, Martin. "Para discussão da Serenidade". In: .... . '''Serenidade | + | : (1) [[HEIDEGGER]], Martin. "Para [[discussão]] da [[Serenidade]]". In: .... . '''[[Serenidade]]. Trad. Maria Madalena Andrade e Olga Santos. Lisboa: Instituto Piaget, s/d.''', p. 35. |
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Edição de 20h53min de 9 de Julho de 2024
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1
- " Se, no entanto, dissermos desta maneira, simultaneamente "sim" e "não" aos objetos técnicos, não se tornará a nossa relação com o mundo técnico ambÃgua e incerta? Muito pelo contrário. A nossa relação com o mundo técnico torna-se maravilhosamente simples e tranquila. Deixamos os objetos técnicos entrar no nosso mundo quotidiano e ao mesmo tempo deixamo-los de fora, isto é, deixamo-los repousar em si mesmos como coisas que não são algo de absoluto, mas que dependem elas próprias de algo superior. Gostaria de designar esta atitude do "sim" e do "não" simultâneos em relação ao mundo técnico com uma palavra antiga: a serenidade para com as coisas (die Gelassenheit zu den Dingen)" (1).
- Referência:
- (1) HEIDEGGER, Martin. Serenidade. Trad. Maria Madalena Andrade e Olga Santos. Lisboa: Instituto Piaget, s/d., p. 24.
2
- "... a palavra serenidade não é sinônimo de resignação. Com ela, o filósofo Martin Heidegger pensa um agir amadurecido, liberando da insânia compulsiva do ativismo, do falatório vazio e pomposo vigente na esfera pública contemporânea" (1).
- Referência:
- (1) GIACOIA JR., Oswaldo. Heidegger urgente - introdução a um novo pensar. São Paulo: Três Estrelas, 2013, p. 103.
3
- " I - Logo, a serenidade está, caso se possa aqui falar de um estar (Liegen), fora da distinção de atividade e de passividade...
- E - ... porque a serenidade não pertence ao domÃnio da vontade.
- I - A transição do querer para a serenidade parece-me ser o ponto difÃcil.
- P - Especialmente quando a essência da serenidade ainda nos permanece oculta" (1).
- Referência:
- (1) HEIDEGGER, Martin. "Para discussão da Serenidade". In: .... . Serenidade. Trad. Maria Madalena Andrade e Olga Santos. Lisboa: Instituto Piaget, s/d., p. 35.
4
- "A serenidade em relação às coisas e a abertura ao segredo são inseparáveis. Concedem-nos a possibilidade de estarmos no mundo de um modo completamente diferente. Prometem-nos um novo solo sobre o qual nos possamos manter e subsistir (stehen und bestehen), e sem perigo, no seio do mundo técnico" (1).
- Referência:
- (1) HEIDEGGER, Martin. Serenidade. Trad. Maria Madalena Andrade e Olga Santos. Lisboa: Instituto Piaget, s/d., p. 25.
5
- "Porém - a serenidade para com as coisas e a abertura ao mistério nunca nos caem do céu. Não são frutos do acaso (nichts Zu-fälliges). Ambas medram apenas de um pensamento determinado e ininterrupto" (1).
- Referência:
- (1) HEIDEGGER, Martin. Serenidade. Trad. Maria Madalena Andrade e Olga Santos. Lisboa: Instituto Piaget, s/d., p. 26.
6
- "Quando a serenidade para com as coisas e a abertura ao mistério despertarem em nós, deverÃamos alcançar um caminho que conduza a um novo solo. Neste solo a criação de obras imortais poderia lançar novas raÃzes.
- Assim, de uma outra forma e numa outra era, seria novamente verdadeira a afirmação de Johann Peter Hebel:
- Nós somos plantas que - quer nos agrade confessar quer não -, apoiadas nas raÃzes,
- têm de romper o solo, a fim de poder florescer no Eter e dar frutos ".
- Referência:
- (1) HEIDEGGER, Martin. Serenidade. Trad. Maria Madalena Andrade e Olga Santos. Lisboa: Instituto Piaget, s/d., p. 27.
7
- "Seu eu incorporara-se na unidade. Foi nessa hora que Sidarta cessou de lutar contra o Destino. Cessou de sofrer. No seu rosto florescia aquela serenidade do saber, à qual já não se opunha nenhuma vontade, que conhece a perfeição, que está de acordo com o rio dos acontecimentos e o curso da vida: a serenidade que torna suas as penas e as ditas de todos, entregue à corrente, pertencente à unidade" (1).
- Referência:
- (1) HESSE, Hermann. Sidarta. Trad. Herbert Caro. Rio de Janeiro: O Globo, 2003, p. 113.
8
- "Podemos utilizar os objetos técnicos e, no entanto, ao utilizá-los normalmente, permanecer ao mesmo tempo livres deles, de tal modo que os possamos a qualquer momento largar. Podemos utilizar os objetos técnicos tal como eles têm de ser utilizados. Mas podemos, simultaneamente, deixar esses objetos repousar em si mesmos como algo que não interessa à quilo que temos de mais Ãntimo e mais próprio" (1).
- Referência:
- (1) HEIDEGGER, Martin. Serenidade. Trad. Maria Madalena Andrade e Olga Santos. Lisboa: Instituto Piaget, s/d., p. 23.