Cinema

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: "As pessoas me acusavam de não ter [[opinião]], o que é precipitado, porque o [[fato]] de [[escolher]] um enquadramento já é um [[posicionamento]]. John Rouch falava que eu filmo o que eu não sei. Muitos diretores filmam aquilo que eles denunciam. Eu filmo para [[entender]] o que não conheço. Isso vai contra a regra do [[cinema]] [[engajado]] do pós-guerra. Sinto que fiz certo, porque dizem que o meu [[estilo]] não envelheceu" (1).
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: "''As pessoas me acusavam de não ter [[opinião]], o que é precipitado, porque o [[fato]] de [[escolher]] um enquadramento já é um [[posicionamento]]. John Rouch falava que eu filmo o que eu não sei. Muitos diretores filmam aquilo que eles denunciam. Eu filmo para [[entender]] o que não conheço. Isso vai contra a regra do [[cinema]] [[engajado]] do pós-guerra. Sinto que fiz certo, porque dizem que o meu [[estilo]] não envelheceu''" (1).
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: (1) DEPARDON, Raymond. Cineasta e fotógrafo francês. In: ''O Globo''. Primeiro caderno, p. 2, 29-01-2018. Entrevista a Marcello Ramos.
: (1) DEPARDON, Raymond. Cineasta e fotógrafo francês. In: ''O Globo''. Primeiro caderno, p. 2, 29-01-2018. Entrevista a Marcello Ramos.
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: (1) SALLES, Walter. Cineasta. In: ''O Globo''. Segundo Caderno, p. 2, 5-11-2019. Entrevista a Fátima Sá.

Edição de 22h10min de 28 de Novembro de 2019

Tabela de conteúdo

1

O grego pensa a realidade que não cessa de mudar a partir de quatro movimentos. Estes movimentos remetem para muitas questões, sobretudo tempo, fenômeno, representação, cinema, imagem, processo, visão. A palavra cinema vem diretamente da palavra grega que diz movimento: kinesis.


- Manuel Antônio de Castro

2

"O teatro e o cinema indiscutivelmente são duas formas de trabalho de imensa carga erótica. O diretor tenta ser perfeito como pessoa, como artista, em todos os sentidos. E os atores e atrizes também tentam ser perfeitos. E isso pode facilmente gerar tensões incrivelmente prazerosas" (1).


Referência:
(1) BERGMAN, Ingmar. Fala dele no filme: A ilha de Bergman. Direção de Marie Nyreröd, 2004.

3

"Amo muito o cinema. Eu mesmo ainda não sei muita coisa: se, por exemplo, meu trabalho corresponderá exatamente à concepção que tenho, ao sistema de hipóteses com que me defronto atualmente. Além do mais, as tentações são muitas: a tentação dos lugares-comuns, das ideias artísticas dos outros. Em geral, na verdade, é tão fácil rodar uma cena de modo requintado, de efeito, para arrancar aplausos... Mas basta voltar-se nessa direção e você está perdido. Por meio do cinema, é necessário situar os problemas mais complexos do mundo moderno no nível dos grandes problemas que, ao longo dos séculos, foram objetos da literatura, da música e da pintura. É preciso buscar, buscar sempre de novo, o caminho, o veio ao longo do qual deve mover-se a arte do cinema" (1).


Referência:
(1) TARKOVSKI, Andrei. Esculpir o tempo. São Paulo: Martins, 2010. Texto da Orelha do livro.

4

"O senhor nunca foi de levantar bandeiras. Como era a recepção disso no pós-guerra?" (1).
"As pessoas me acusavam de não ter opinião, o que é precipitado, porque o fato de escolher um enquadramento já é um posicionamento. John Rouch falava que eu filmo o que eu não sei. Muitos diretores filmam aquilo que eles denunciam. Eu filmo para entender o que não conheço. Isso vai contra a regra do cinema engajado do pós-guerra. Sinto que fiz certo, porque dizem que o meu estilo não envelheceu" (1).


Referência:
(1) DEPARDON, Raymond. Cineasta e fotógrafo francês. In: O Globo. Primeiro caderno, p. 2, 29-01-2018. Entrevista a Marcello Ramos.


5

"...que cinema você queria para o Brasil e quais as condições mínimas para que ele possa existir?" (1).
"Estamos no meio de um enorme mutação tecnológica, e isso afeta a maneira como vamos produzir e ver imagens daqui para a frente. O que vai ser do cinema? Essa pergunta não pode ser dissociada de uma questão mais ampla: em que mundo queremos viver? Anunciaram tantas vezes a morte da pintura, da fotografia, do teatro, e essas formas de representação continuam firmes e fortes. Da mesma forma, não acredito na morte do cinema. Desde as pinturas rupestres de Lascaux, o homem desejou deixar um registro de sua história, algo que possa ser dividido com as gerações futuras. O cinema renascerá sempre" (1).


Referência:
(1) SALLES, Walter. Cineasta. In: O Globo. Segundo Caderno, p. 2, 5-11-2019. Entrevista a Fátima Sá.
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