Sociedade em rede

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: "É que nosso [[tempo]] é o [[tempo]] das [[redes]]. Hoje há [[rede]] para tudo, locais e [[globais]]: [[redes]] de serviços, de produtos, de ensino, de [[conhecimentos]], de [[relacionamentos]], de [[suportes]], de [[aplicativos]] etc. etc. A [[sociedade em rede]] não é uma máquina, nem um conjunto de máquinas ou [[procedimentos]] [[fundamentados]] em meios [[instrumentais]], tendo sempre como [[finalidade]] algo [[útil]]. A [[técnica]] deixou de [[ser]] um fator entre muitos outros que vieram [[integrar-se]], a posteriori, numa [[sociedade]] não [[técnica]], numa [[civilização]] autônoma e [[natural]]. Na [[sociedade em rede]], a [[técnica]] se tornou dominante. A [[sociedade em rede]] substitui [[progressivamente]] com grande vantagem o [[conjunto]] de todas as [[coisas]] ou [[real]]. Trata-se de um ambiente completo e total em que o [[homem]], a [[sociedade]], a [[cultura]], a [[civilização]], tudo se vê compelido a [[viver]] e a determinar-se pelo [[técnico]] e suas [[funções]]. Não é apenas mais uma [[totalidade]] das muitas já propostas pelos diferentes [[humanismos]], mas a [[totalidade]] sem [[utopia]] que tudo absorve e decide" (1).
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A globalização e os desafios do humano". In: ''Revista Tempo Brasileiro'', 201/202 - ''Globalização, pensamento e arte''. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015, p. 23.
: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A globalização e os desafios do humano". In: ''Revista Tempo Brasileiro'', 201/202 - ''Globalização, pensamento e arte''. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015, p. 23.
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: "Opondo-se ao [[pensamento]] temos a [[globalização]] [[funcional]] que é a [[uniformidade]] com [[aparência]] do [[novo]] em [[tudo]] e em todos. É a [[publicização]], a banalização, a predominância do [[instante]] e do [[simultâneo]], a fugacidade e [[imaterialidade]] [[digital]] de [[tudo]], o domínio [[absoluto]] da [[imagem]]. Tudo isto está ocasionando uma [[transformação]] de todos os [[valores]] e modos de [[viver]] jamais acontecida antes e com tal amplitude: a [[global]]. É o tempo da [[cibercultura]], da engenharia [[genética]], da eliminação da [[linguagem]] [[simbólica]], da [[inteligência artificial]], das próteses microeletrônicas, do [[ciborgue]], do [[culto]] do [[corpo]], do domínio [[global]] do [[profano]], do [[conteúdo]] reduzido às [[formas]] e [[formatos]], da [[estetização]] generalizada da [[arte]], da [[celebração]] do [[instante]], da [[língua]] e [[linguagem]] reduzidas à [[comunicação]], da perda da [[memória]], da redução do [[afetivo]] e do [[erótico]] às [[sensações]], da [[sociedade em rede]]. É que nosso [[tempo]] é o [[tempo]] das [[redes]]" (1).
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A globalização e os desafios do humano". In: ''Revista Tempo Brasileiro'', 201/202 - ''Globalização, pensamento e arte''. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015, p. 23.
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: "Este domínio omnipresente da [[técnica]] nos mostra que a [[sociedade em rede]] constitui a [[realidade]], o ar em que o [[homem]] [[global]] se descobre inserido e respira. Exige da parte dos [[homens]] uma reformulação [[estrutural]] completa de todos os [[modos]] de [[ser]] e comportar-se até então [[vigentes]], de seus [[valores]] [[morais]], de suas [[tradições]], dos [[padrões]] [[intelectuais]] e [[fisiológicos]], de tudo que tinha sido o [[homem]] até então" (1).
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A globalização e os desafios do humano". In: ''Revista Tempo Brasileiro'', 201/202 - ''Globalização, pensamento e arte''. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015, p. 24.

Edição atual tal como 01h31min de 11 de Outubro de 2019

1

"É que nosso tempo é o tempo das redes. Hoje há rede para tudo, locais e globais: redes de serviços, de produtos, de ensino, de conhecimentos, de relacionamentos, de suportes, de aplicativos etc. etc. A sociedade em rede não é uma máquina, nem um conjunto de máquinas ou procedimentos fundamentados em meios instrumentais, tendo sempre como finalidade algo útil. A técnica deixou de ser um fator entre muitos outros que vieram integrar-se, a posteriori, numa sociedade não técnica, numa civilização autônoma e natural. Na sociedade em rede, a técnica se tornou dominante. A sociedade em rede substitui progressivamente com grande vantagem o conjunto de todas as coisas ou real. Trata-se de um ambiente completo e total em que o homem, a sociedade, a cultura, a civilização, tudo se vê compelido a viver e a determinar-se pelo técnico e suas funções. Não é apenas mais uma totalidade das muitas já propostas pelos diferentes humanismos, mas a totalidade sem utopia que tudo absorve e decide" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A globalização e os desafios do humano". In: Revista Tempo Brasileiro, 201/202 - Globalização, pensamento e arte. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015, p. 23.

2

"Opondo-se ao pensamento temos a globalização funcional que é a uniformidade com aparência do novo em tudo e em todos. É a publicização, a banalização, a predominância do instante e do simultâneo, a fugacidade e imaterialidade digital de tudo, o domínio absoluto da imagem. Tudo isto está ocasionando uma transformação de todos os valores e modos de viver jamais acontecida antes e com tal amplitude: a global. É o tempo da cibercultura, da engenharia genética, da eliminação da linguagem simbólica, da inteligência artificial, das próteses microeletrônicas, do ciborgue, do culto do corpo, do domínio global do profano, do conteúdo reduzido às formas e formatos, da estetização generalizada da arte, da celebração do instante, da língua e linguagem reduzidas à comunicação, da perda da memória, da redução do afetivo e do erótico às sensações, da sociedade em rede. É que nosso tempo é o tempo das redes" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A globalização e os desafios do humano". In: Revista Tempo Brasileiro, 201/202 - Globalização, pensamento e arte. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015, p. 23.


3

"Este domínio omnipresente da técnica nos mostra que a sociedade em rede constitui a realidade, o ar em que o homem global se descobre inserido e respira. Exige da parte dos homens uma reformulação estrutural completa de todos os modos de ser e comportar-se até então vigentes, de seus valores morais, de suas tradições, dos padrões intelectuais e fisiológicos, de tudo que tinha sido o homem até então" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A globalização e os desafios do humano". In: Revista Tempo Brasileiro, 201/202 - Globalização, pensamento e arte. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015, p. 24.
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