Pensamento mítico

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: (3) CASTRO, Manuel Antônio de. "Ulisses e a Escuta do Canto das Sereias”. In: -----. ''Arte: o humano e o destino''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 165.
: (3) CASTRO, Manuel Antônio de. "Ulisses e a Escuta do Canto das Sereias”. In: -----. ''Arte: o humano e o destino''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 165.
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: " "Para o [[pensamento mítico]] a [[alteridade]] e [[identidade]] “possibilita a [[relação]] de concomitância [[onto]]-[[cronológica]] (isto é, tanto [[temporal]] como [[ontogenética]]) que substitui a [[relação]] de [[causa]] e [[efeito]]” (Torrano: 1992, 77) (1). Dessa maneira, a [[manifestação]] do [[Ser]] no [[pensamento]] [[arcaico]] se reveste de um [[aspecto]] só aparentemente [[oposto]], porque [[desdobramento]] da [[dobra]] [[originária]], ou seja, de ''[[Zeus]]'' e suas uniões, [[manifestações]] do próprio [[sagrado]] (2).
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: Referência:
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: (1) TORRANO, Jaa. "O mundo como função de Musas". In: ''Teogonia''. São Paulo: Iluminuras, 1992.
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Ulisses e a Escuta do Canto das Sereias”. In: -----. ''Arte: o humano e o destino''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 165.

Edição de 22h44min de 15 de Julho de 2019

1

"O que é o Ser para a experiência grega, mítica, arcaica? O Ser se “manifesta como numinoso e na qual [experiência grega arcaica] o universo não é senão um conjunto não-enumerável de teofanias” (Torrano, 1992: 74)(1). Tudo sendo teofanianuminosa é importante entender que tanto “‘faculdades mentais’” de Zeus como os atributos constitutivos da natureza mesma de Zeus [...] são Divindades com esfera de existência e de atribuições própria” (Torrano: 1992, 76). A experiência filosófica de Ser, sobretudo a partir de Platão e Aristóteles, e mais tarde com o platonismo e aristotelismo, empobrece a riqueza do pensamento mítico.
"Na verdade, o pensamento mítico, servindo-se de figuras não-conceituais, de imagens concretas e ideações plásticas, servindo-se de relatos e de fábulas (i.é, disto em que se constituem propriamente os mythoi e os hieroi lógoi, os “mitos” e os “relatos sagrados”), coloca em seus próprios termos [...] o problema da relação entre a Alteridade e a Ipseidade. Zeus é ele-Mesmo e o Outro; o Outro é tanto o Outro quanto é o Mesmo [...] A Alteridade coincide com a Ipseidade tanto quanto dela difere: o Outro é o Mesmo (coincide com o Mesmo) tanto quanto é – na referência ao Mesmo – o Outro (difere de si Mesmo) (Torrano: 1992, 77)" (2) "(3).


Referências:
(1) TORRANO, Jaa. O sentido de Zeus. São Paulo: Iluminuras, 1996.


2

"... é Métis (a sabedoria). “ Métis é uma faculdade do espírito de Zeus e Zeus tem incorporada a seu espírito essa faculdade nomeada Métis tanto quanto Métis é Métiscom uma existência e uma história outras que não são nem a existência nem a história de Zeus” (Torrano, 1992: 77) (1). A coincidência dos contrários (coincidentia oppositorum) de Alteridade (diferença) e Ipseidade (identidade), inerente ao e fundamental para o pensamento mítico foi abandonada pelo pensamento filosófico-metafísico, dando origem à apreensão do tempo como algo crono-lógico, historiográfico, mensurável, idêntico e representável, porque baseado num entendimento da Totalidade Cosmogônica através das categorias racionais de causa e efeito" (2).


Referência:
(1) TORRANO, Jaa. "O mundo como função de Musas". In: Teogonia. São Paulo, Iluminuras, 1992.
(2) CASTRO, Manuel Antônio de. "Ulisses e a Escuta do Canto das Sereias”. In: -----. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 165.
(2) TORRANO, Jaa. O sentido de Zeus. São Paulo: Iluminuras, 1996.
(3) CASTRO, Manuel Antônio de. "Ulisses e a Escuta do Canto das Sereias”. In: -----. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 165.


3

" "Para o pensamento mítico a alteridade e identidade “possibilita a relação de concomitância onto-cronológica (isto é, tanto temporal como ontogenética) que substitui a relação de causa e efeito” (Torrano: 1992, 77) (1). Dessa maneira, a manifestação do Ser no pensamento arcaico se reveste de um aspecto só aparentemente oposto, porque desdobramento da dobra originária, ou seja, de Zeus e suas uniões, manifestações do próprio sagrado (2).


Referência:
(1) TORRANO, Jaa. "O mundo como função de Musas". In: Teogonia. São Paulo: Iluminuras, 1992.
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Ulisses e a Escuta do Canto das Sereias”. In: -----. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 165.
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