Sistema

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: "Seu [[método]] de [[reflexão]] [[filosófica]] é exclusivamente o [[método]] [[dialético]] triádico: [[tese]], [[antítese]] e [[síntese]], ou melhor, segundo a [[terminologia]] [[hegeliana]]: [[afirmação]], [[negação]] e [[negação da [[negação]]. Por este [[método]] [[Hegel]] pretende mostrar como se classificam [[racionalmente]] e como se encadeiam [[racionalmente]], e com [[necessidade]], todos os [[aspectos]] mais importantes da [[realidade]], a partir dos mais [[abstratos]] como: o ser em geral, o [[vir-a-ser]], a qualidade, a quantidade etc., até os mais [[concretos]] como os diversos tipos de [[civilizações]] e de [[filosofias]]. Estes vários aspectos da [[realidade]] são as tais “[[essências]]” que, segundo [[Hegel]], estão [[logicamente]] e [[realmente]] tão encadeadas que a [[existência]] de uma implica necessariamente a [[existência]] de todas as demais. Todo o “[[sistema]]” da [[realidade]] é [[absolutamente]] [[necessário]] e [[absolutamente]] [[lógico]]" (1).
: "Seu [[método]] de [[reflexão]] [[filosófica]] é exclusivamente o [[método]] [[dialético]] triádico: [[tese]], [[antítese]] e [[síntese]], ou melhor, segundo a [[terminologia]] [[hegeliana]]: [[afirmação]], [[negação]] e [[negação da [[negação]]. Por este [[método]] [[Hegel]] pretende mostrar como se classificam [[racionalmente]] e como se encadeiam [[racionalmente]], e com [[necessidade]], todos os [[aspectos]] mais importantes da [[realidade]], a partir dos mais [[abstratos]] como: o ser em geral, o [[vir-a-ser]], a qualidade, a quantidade etc., até os mais [[concretos]] como os diversos tipos de [[civilizações]] e de [[filosofias]]. Estes vários aspectos da [[realidade]] são as tais “[[essências]]” que, segundo [[Hegel]], estão [[logicamente]] e [[realmente]] tão encadeadas que a [[existência]] de uma implica necessariamente a [[existência]] de todas as demais. Todo o “[[sistema]]” da [[realidade]] é [[absolutamente]] [[necessário]] e [[absolutamente]] [[lógico]]" (1).
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: HUMMES ofm, Cardeal Dom Cláudio. ''História da Filosofia''. Curso dado em 1963, em Daltro Filho, hoje cidade de Imigrantes, RS. Anotações distribuídas em sala de aula.

Edição de 22h03min de 11 de Julho de 2019

1

"A transcendência da razão se torna alavanca de sistematização: o movimento parte do real para integrá-lo na ordem da racionalidade, de onde brotam as forças da sistematização. Todo sistema é uma pretensão absoluta, a pretensão da razão se bastar a si mesma, de ter tudo, de não carecer de coisa alguma, de não depender de nada, de não necessitar do Nada, do Nada saber e da Não-ação para ser, conhecer e agir." (1)


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "Metafísica e pensamento". In: Aprendendo a pensar II. Petrópolis: Vozes, 1992, p. 122.


Ver também:


2

O importante do sistema é que ele não nos determina apenas como função, ou seja, determina nossa identidade como algo funcional. Nessa determinação estabelece-se um "poder disciplinar", no dizer de Foucault. "O poder disciplinar está preocupado, em primeiro lugar, com a regulação. A vigilância é o governo da espécie humana ou de populações inteiras e, em segundo lugar, do indivíduo e do corpo. Seus locais são aquelas novas instituições que se desenvolveram ao longo do século XIX e que 'policiam' e disciplinam as populações modernas - oficinas, quartéis, escolas, prisões, hospitais, clínicas e assim por diante (veja, por exemplo, História da loucura, O nascimento da clínica e Vigiar e punir)" (1). Ora, essas instituições são fruto do novo conhecimento estabelecido pela ciência, da divisão do real em lotes/disciplinas da apreensão e construção do homem e do real em conhecimentos certos e objetivos.
Uma faceta que deve ficar clara é que o poder é como o camaleão, assume outras faces. É necessário pensar a essência do poder. A tentativa de fazer da arte, como crítica e leitura, uma disciplina, é a tentativa de torná-la sistema e, como poder, torná-la funcional e dominada. Nesse sentido, as vanguardas são ambíguas, porque, por um lado, questionam o sistema, mas, por outro, propõem um novo sistema: o da transgressão institucionalizada, ou seja, a transgressão como sistema. Todo sistema vive em aporia: a de não partir da e nem pensar a dobra da realidade: só muda porque permanece e só permanece porque muda. Mas surge então a questão que nenhum sistema encara: O que é isto - o que na realidade muda e permanece?


- Manuel Antônio de Castro


Referência:
(1) HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2001, p. 42.

3

O próprio de todo sistema e em todo sistema é o horizonte sem horizontalidade, sem o que gera todo horizonte. O sistema é uma “matrix” sem o novo, somente origem do repetível dentro das funções já programadas, próprias dele como sistema. A realidade – não sistema nem real – é além de origem também originário do sempre novo, do sempre inaugural, do inesperado. Ela é mãe ou matriz de criatividade. O sistema é modelo, paradigma, suporte.


- Manuel Antônio de Castro

4

"Talvez desilusão seja o medo de não pertencer mais a um sistema. No entanto se deveria dizer assim: ele está muito feliz porque finalmente foi desiludido. O que eu era antes, não era bom. Mas era desse não-bom que eu havia organizado o melhor: a esperança" (1).


Referência:
LISPECTOR, Clarice. A paixão segundo GH, 3. e. Rio de Janeiro: Sabiá, 1964, p. 10.


5

"Seu método de reflexão filosófica é exclusivamente o método dialético triádico: tese, antítese e síntese, ou melhor, segundo a terminologia hegeliana: afirmação, negação e [[negação da negação. Por este método Hegel pretende mostrar como se classificam racionalmente e como se encadeiam racionalmente, e com necessidade, todos os aspectos mais importantes da realidade, a partir dos mais abstratos como: o ser em geral, o vir-a-ser, a qualidade, a quantidade etc., até os mais concretos como os diversos tipos de civilizações e de filosofias. Estes vários aspectos da realidade são as tais “essências” que, segundo Hegel, estão logicamente e realmente tão encadeadas que a existência de uma implica necessariamente a existência de todas as demais. Todo o “sistema” da realidade é absolutamente necessário e absolutamente lógico" (1).


Referência:
HUMMES ofm, Cardeal Dom Cláudio. História da Filosofia. Curso dado em 1963, em Daltro Filho, hoje cidade de Imigrantes, RS. Anotações distribuídas em sala de aula.
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