Natureza

De Dicionrio de Potica e Pensamento

(Diferença entre revisões)
(3)
(4)
Linha 31: Linha 31:
== 4 ==
== 4 ==
-
: "A [[Natureza]], para [[Nietzsche]], é uma força irresistível que se manifesta como [[unidade]] e [[multiplicidade]], num [[eterno retorno]] [[tensional]]. Simboliza a [[unidade]] pelo [[instinto]] [[dionisíaco]], que tem um [[conhecimento]] imediato de si. O [[uno]] tem [[necessidade]] para sua [[libertação]] do encanto da [[visão]] e da [[alegria]] da [[aparência]], pois quanto mais [[diferente]] mais [[uno]], daí tender à [[aparência]], ou seja, ao [[múltiplo]], ao [[finito]] e [[individual]], sentindo-se cada um [[alienado]] e sofrendo. Toma como [[símbolo]] da [[aparência]] ou da [[multiplicidade]] o [[instinto]] [[apolíneo]]. O [[uno]] ao multiplicar-se e, portanto, [[libertar-se]], experimenta um profundo gozo e força, que [[Nietzsche]] visualiza no [[renascer]] da [[multiplicidade]] e [[aparência]], conhece que o gozo da [[aparência]] é falaz e retorna ao [[uno]]. Nessa [[perspectiva]], o [[trágico]] é a [[representação]] simbólica da [[sabedoria]] [[dionisíaca]], com a ajuda de meios [[artísticos]] [[apolíneos]] e, pelo aniquilamento destes, chega-se ao [[uno]]. O estado [[apolíneo]], pela [[aparência]], corresponde ao [[princípio]] da “[[medida]]” no [[sentido]] [[helênico]]" (1).
+
: "A [[Natureza]], para [[Nietzsche]], é uma força irresistível que se manifesta como [[unidade]] e [[multiplicidade]], num [[eterno retorno]] tensional. Simboliza a [[unidade]] pelo [[instinto]] [[dionisíaco]], que tem um [[conhecimento]] imediato de si. O [[uno]] tem [[necessidade]] para sua [[libertação]] do encanto da [[visão]] e da [[alegria]] da [[aparência]], pois quanto mais [[diferente]] mais [[uno]], daí tender à [[aparência]], ou seja, ao [[múltiplo]], ao [[finito]] e [[individual]], sentindo-se cada um [[alienado]] e sofrendo. Toma como [[símbolo]] da [[aparência]] ou da [[multiplicidade]] o [[instinto]] [[apolíneo]]. O [[uno]] ao multiplicar-se e, portanto, [[libertar-se]], experimenta um profundo gozo e força, que [[Nietzsche]] visualiza no [[renascer]] da [[multiplicidade]] e [[aparência]], conhece que o gozo da [[aparência]] é falaz e retorna ao [[uno]]. Nessa [[perspectiva]], o [[trágico]] é a [[representação]] simbólica da [[sabedoria]] [[dionisíaca]], com a ajuda de meios [[artísticos]] [[apolíneos]] e, pelo aniquilamento destes, chega-se ao [[uno]]. O estado [[apolíneo]], pela [[aparência]], corresponde ao [[princípio]] da “[[medida]]” no [[sentido]] [[helênico]]" (1).

Edição de 20h18min de 3 de Agosto de 2019

1

"Ao vigor vigente como tal os gregos denominavam phýsis e ao acontecer dessa vigência: a-létheia ou poíesis, isto é, desvelamento, na medida em que este é a essência da verdade. O des-velamento, essência da mudança, é a verdade enquanto o poético do real, da phýsis. Este mudar originário é a essência da História, ou seja, é o próprio acontecer poético do real, da physis enquanto natureza E cultura" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Permanência e atualidade da Poética". In: Revista Tempo Brasileiro. Rio de Janeiro: n. 171, out.-dez. 2007, p. 12.


2

"Sempre constatei que a ciência ocidental era um pouco considerada como um imperialismo, como uma maneira muito particular de se verem as coisas ligada, justamente, a essas leis da natureza. Ora, na China, por exemplo, natureza significa o que se faz espontaneamente. A ideia das leis da natureza é, portanto, estranha às outras tradições culturais. E, tenho a impressão - e isto gostaria de desenvolver - que hoje em dia a ciência oferece perspectivas mais universais" (1).


Referência:
(1) PRIGOGINE, Ilya. "Estaremos às vésperas de um terceiro humanismo?". In: Revista Tempo Brasileiro - Cultura, ciência e técnica, 168, jan.-mar., 2007, p. 7.


3

" Physis kryptestai philei - Surgimento já tende ao encobrimento" (1).


Referência:
(1) HERÁCLITO, frag. 123. Trad. Emmanuel Carneiro Leão. In: Os pensadores originários - Anaximandro, Parmênides, Heráclito. Petrópolis: Vozes, 1991, p. 91.


4

"A Natureza, para Nietzsche, é uma força irresistível que se manifesta como unidade e multiplicidade, num eterno retorno tensional. Simboliza a unidade pelo instinto dionisíaco, que tem um conhecimento imediato de si. O uno tem necessidade para sua libertação do encanto da visão e da alegria da aparência, pois quanto mais diferente mais uno, daí tender à aparência, ou seja, ao múltiplo, ao finito e individual, sentindo-se cada um alienado e sofrendo. Toma como símbolo da aparência ou da multiplicidade o instinto apolíneo. O uno ao multiplicar-se e, portanto, libertar-se, experimenta um profundo gozo e força, que Nietzsche visualiza no renascer da multiplicidade e aparência, conhece que o gozo da aparência é falaz e retorna ao uno. Nessa perspectiva, o trágico é a representação simbólica da sabedoria dionisíaca, com a ajuda de meios artísticos apolíneos e, pelo aniquilamento destes, chega-se ao uno. O estado apolíneo, pela aparência, corresponde ao princípio da “medida” no sentido helênico" (1).


:  Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "As faces do trágico em Vidas Secas". In: -----. Travessia Poética. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1977, p. 77.
Ferramentas pessoais