Ética
De Dicionrio de Potica e Pensamento
Edição feita às 01h01min de 21 de janeiro de 2016 por Profmanuel (Discussão | contribs)
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- Todo agir essencial exige uma ética não como norma, mas como aprender no sentido grego de manthano, pois este diz não o aprender algo, mas o agarrar-se à essência do ser que já somos. É nesse sentido que Píndaro nos ensina: "Chega a ser o que já és, aprendendo", em grego: Genoi 'óios essi mathon.... Ensinar é, pois, aprender, manthano, e não decorar algo sobre. Todo ensinar e aprender somente são essencialmente quando se tornam éticos.
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- Ética é chegar a ser o que já se é, ou seja, aprender na e pela experienciação do viver. É a vida não apenas vivida, mas experienciada. É o que nos ensina Píndaro, quando diz: Genoi 'óios essi mathon... (Chega a ser o que és: aprendendo).
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- "A ética está no empenho de ser, mora no desempenho de não ser tudo que já se tem e não se tem. Na ética já estamos onde temos ainda de chegar" (1).
- Referência:
- (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "Édipo em Píndaro e Freud". In: Filosofia contemporânea. Teresópolis: Daimon Editora, 2013, 64.
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- Na ética o valor não vem da relação social nem de um sistema prévio, seja ele subjetivo, seja ele social-institucional (valores morais, ideológicos, normas de conduta etc.). O valor é o acolhimento do sentido do Ser, enquanto este é o fundar do agir. É neste que se realiza o próprio de cada ser humano (só este pode ser ético), ou seja, sua essência, isto é, suas possibilidades recebidas do Ser. Ética e linguagem dizem o mesmo, porque esta se torna o horizonte da própria libertação e realização de cada um. O horizonte jamais é o sujeito ou o sujeito o horizonte com sua razão. Nesse pólemos entre o que somos e o sentido e agir do Ser, passa a vigorar a verdade enquanto a tensão dialética de desvelamento e velamento, de sentido e forma (morphe), de solidão e liberdade, de interno e externo, de limite e não-limite. Eis aí a essência do pólemos. O ético é o valor ontológico, não um valor subjetivo ou objetivo-moral.
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- "Prescrever e dever já provêm da ética a ser conquistada e dita em toda libertação. Pois ética é sempre libertação do mal para voltar à liberdade originária do bem de ser e não ser tudo que já se é, mas de que nunca se está de posse. No engajamento ético de fazer e deixar de fazer, somos e estamos investindo pela liberdade numa libertação sem princípio, meio ou fim" (1).
- Referência;
- (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "O Édipo em Píndaro e Freud". In: Filosofia contemporânea. Teresópolis: Daimon Editora, 2013, 64.