Romance
De Dicionrio de Potica e Pensamento
Edição feita às 22h19min de 26 de janeiro de 2025 por Profmanuel (Discussão | contribs)
1
- "O espírito do romance é o espírito de complexidade. Cada romance diz ao leitor: 'As coisas são mais complicadas do que você pensa'. Esta é a eterna verdade do romance que, entretanto, é ouvida cada vez menos no alarido das respostas simples e rápidas que precedem a questão e a excluem. Para o espírito de nosso tempo, é ou Ana ou então Karenina que tem razão, e a velha sabedoria de Cervantes que nos fala da dificuldade de saber e da intangível verdade que parece embaraçosa e inútil" (1).
- Referência:
- (1) KUNDERA, Milan. A arte do romance. São Paulo: Companhia das Letras, 1988, p. 21.
2
- "O espírito do romance é o espírito de continuidade: cada obra é a resposta às obras precedentes, cada obra contém toda a experiência anterior do romance. Entretanto, o espírito de nosso tempo está fixado sobre a atualidade que é tão expansiva, tão ampla, que repele o passado e nosso horizonte e reduz o tempo ao único segundo presente. Incluído neste sistema, o romance não é mais obra (coisa destinada a durar, a unir o passado ao futuro), mas acontecimento da atualidade como outros acontecimentos, um gesto sem amanhã" (1).
- Referência:
- (1) KUNDERA, Milan. A arte do romance. São Paulo: Companhia das Letras, 1988, p. 22.
3
- "Se eu acordasse um dia e descobrisse que tinha me transformado numa imensa barata, o que aconteceria comigo?"
- Por trás de todo grande romance está um autor cujo maior prazer consiste em entrar em outra forma de dar-lhe vida - um autor cujo impulso mais forte e criativo é pôr à prova os limites da sua identidade" (1).
- Referência:
- (1) PAMUK, Orhan. A maleta de meu pai. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 46.
4
- "A história do romance é a história da libertação humana: ao nos colocarmos no lugar do outro, usando a imaginação para nos desprender da nossa identidade própria, podemos conquistar a liberdade" (1).
- Referência:
- (1) PAMUK, Orhan. A maleta de meu pai. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 48.