Extraordinário

De Dicionrio de Potica e Pensamento

Edição feita às 14h53min de 14 de Abril de 2017 por Profmanuel (Discussão | contribs)

1

"De algum modo já aprendera que cada dia nunca era comum, era sempre extraordinário. E que a ela cabia sofrer o dia ou ter prazer nele. Ela queria o prazer do extraordinário que era tão simples de encontrar nas coisas comuns: não era necessário que a coisa fosse extraordinária para que nela se sentisse o extraordinário" (1).


Referência:
(1) LISPECTOR, Clarice. Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres. 4ª ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1974, p. 131.


Ver também:


2

O extraordinário não está fora do ordinário. Pelo contrário, ele vigora na âmago do ordinário e possibilita a sua existência, o poder ser real. Experienciar o extraordinário no ordinário é pensar. Quando pensamos, todo o ordinário se transfigura em sua existência aparente e limites.


- Manuel Antônio de Castro


3

"No diálogo Fedro, Platão apreende o extraordinário de uma maneira mais ampla e complexa. E vai procurar abrangê-lo, nomeando quatro forças de possibilidades: Apolo, o vigor do iluminar e adivinhar; Dioniso, o vigor místico; Musas, o vigor poético, ligado ao tempo enquanto memória, isto é, sentido e mundo; Eros, o vigor amoroso. Lembremos que as quatro forças são divinas. Referem-se à presença dos deuses nos seres humanos. Em vista disso, a essência do ser humano é a sua morada no extraordinário, como nos diz Heráclito: Anthropou daimon ethos (1) (2).


Referência:
(1) PARMÊNIDES. In: Os pensadores originários - Anaximandro, Parmênides, Heráclito. Trad. Emmanuel Carneiro Leão e Sérgio Wrublewski. Petrópolis: Vozes, 1991, p. 91.
(2)
Ferramentas pessoais