Ilimitado

De Dicionário de Poética e Pensamento

(Diferença entre revisões)
Linha 1: Linha 1:
== 1 ==
== 1 ==
-
: Tanto externa como internamente sempre e sempre nos projetamos numa linha de  horizonte para além da qual sabemos [[nada]], pois está para além do limite, ou seja, torna-se o [[ilimitado]], e que, no entanto, é o horizonte de toda [[procura]] e [[cuidado]]: a terceira margem do horizonte. Um horizonte onde procuramos ver tanto e contraditoriamente não vemos nem podemos [[ver]] o que precede todo o [[olhar]] do próprio olho. Tão distante  e insondável o [[horizonte]] e, misteriosamente, esse é sempre o [[limite]] do que não tem limite, ou seja, do ilimitado, um [[limite]] que sempre está [[próximo]], tão [[próximo]] que não o podemos [[ver]]. Como nossa [[razão]], tão brilhante, potente e deslumbrante é limitada, pois não nos pode oferecer o [[ilimitado]]. Na verdade, a [[luz]] da [[razão]] é um [[limiar]], um ''[[entre]]'', diziam os gregos  ''[[logos]]'', de abertura para as [[possibilidades]] que fundam todo [[ilimitado]].  
+
: Tanto externa como internamente sempre e sempre nos projetamos numa linha de  horizonte para além da qual sabemos [[nada]], pois está para além do limite, ou seja, torna-se o ilimitado, e que, no entanto, é o horizonte de toda [[procura]] e [[cuidado]]: a terceira margem do horizonte. Um horizonte onde procuramos ver tanto e contraditoriamente não vemos nem podemos [[ver]] o que precede todo o [[olhar]] do próprio olho. Tão distante  e insondável o [[horizonte]] e, misteriosamente, esse é sempre o [[limite]] do que não tem limite, ou seja, do ilimitado, um [[limite]] que sempre está [[próximo]], tão [[próximo]] que não o podemos [[ver]]. Como nossa [[razão]], tão brilhante, potente e deslumbrante é limitada, pois não nos pode oferecer o ilimitado. Na verdade, a [[luz]] da [[razão]] é um [[limiar]], um ''[[entre]]'', diziam os gregos  ''[[logos]]'', de abertura para as [[possibilidades]] que fundam todo ilimitado.  
: - [[Manuel Antônio de Castro]]
: - [[Manuel Antônio de Castro]]

Edição de 22h57min de 6 de Maio de 2017

1

Tanto externa como internamente sempre e sempre nos projetamos numa linha de horizonte para além da qual sabemos nada, pois está para além do limite, ou seja, torna-se o ilimitado, e que, no entanto, é o horizonte de toda procura e cuidado: a terceira margem do horizonte. Um horizonte onde procuramos ver tanto e contraditoriamente não vemos nem podemos ver o que precede todo o olhar do próprio olho. Tão distante e insondável o horizonte e, misteriosamente, esse é sempre o limite do que não tem limite, ou seja, do ilimitado, um limite que sempre está próximo, tão próximo que não o podemos ver. Como nossa razão, tão brilhante, potente e deslumbrante é limitada, pois não nos pode oferecer o ilimitado. Na verdade, a luz da razão é um limiar, um entre, diziam os gregos logos, de abertura para as possibilidades que fundam todo ilimitado.


- Manuel Antônio de Castro
Ferramentas pessoais