Absoluto
De Dicionrio de Potica e Pensamento
(Diferença entre revisões)
(→1) |
|||
Linha 1: | Linha 1: | ||
== 1 == | == 1 == | ||
- | : "[[Mistério]] vem do [[verbo]] grego ''myo''. E ''myo'' diz: trancar-se no centro, concentrar-se; diz: encerrar-se no âmago, recolher-se ao íntimo. Aqui, centro, âmago, íntimo, evocam a [[raiz]] da intensidade, o sumo da [[plenitude]]. [[Mistério]] não diz uma [[coisa]], diz um [[movimento]], o [[movimento]] de [[con-sumar]], de concentrar-se na [[origem]], de [[recolher-se]] à natividade da [[raiz]], de retornar ao sem fundo e [[fundamento]], ao a-bismo de [[ser]]. As [[palavras]], [[Deus]], [[Absoluto]], [[Transcendência]], [[Inconsciente]], [[Espírito]], [[Matéria]], [[Psique]], [[Estrutura]], [[Ser]] são outras tantas redes em cujas malhas o [[poder]] do [[saber]] [[ocidental]] na [[teologia]], na [[filosofia]], na [[ciência]], sempre de novo tentou, mas nunca conseguiu, prender e segurar a natividade do [[mistério]]" (1). | + | : "[[Mistério]] vem do [[verbo]] grego ''myo''. E ''myo'' diz: trancar-se no centro, concentrar-se; diz: encerrar-se no âmago, recolher-se ao íntimo. Aqui, centro, âmago, íntimo, evocam a [[raiz]] da intensidade, o sumo da [[plenitude]]. [[Mistério]] não diz uma [[coisa]], diz um [[movimento]], o [[movimento]] de [[con-sumar]], de concentrar-se na [[origem]], de [[recolher-se]] à [[natividade]] da [[raiz]], de retornar ao sem fundo e [[fundamento]], ao a-bismo de [[ser]]. As [[palavras]], [[Deus]], [[Absoluto]], [[Transcendência]], [[Inconsciente]], [[Espírito]], [[Matéria]], [[Psique]], [[Estrutura]], [[Ser]] são outras tantas redes em cujas malhas o [[poder]] do [[saber]] [[ocidental]] na [[teologia]], na [[filosofia]], na [[ciência]], sempre de novo tentou, mas nunca conseguiu, prender e segurar a [[natividade]] do [[mistério]]" (1). |
: Referência: | : Referência: | ||
- | : (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. “Heidegger e a modernidade: a correlação de sujeito e objeto”. In: ------------. ''Aprendendo a pensar, II''. Petrópolis / RJ: Vozes, 1992, p. 180. | + | : (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. “Heidegger e a modernidade: a correlação de sujeito e objeto”. In: ------------. '''Aprendendo a pensar, II'''. Petrópolis / RJ: Vozes, 1992, p. 180. |
Edição de 21h36min de 3 de janeiro de 2021
1
- "Mistério vem do verbo grego myo. E myo diz: trancar-se no centro, concentrar-se; diz: encerrar-se no âmago, recolher-se ao íntimo. Aqui, centro, âmago, íntimo, evocam a raiz da intensidade, o sumo da plenitude. Mistério não diz uma coisa, diz um movimento, o movimento de con-sumar, de concentrar-se na origem, de recolher-se à natividade da raiz, de retornar ao sem fundo e fundamento, ao a-bismo de ser. As palavras, Deus, Absoluto, Transcendência, Inconsciente, Espírito, Matéria, Psique, Estrutura, Ser são outras tantas redes em cujas malhas o poder do saber ocidental na teologia, na filosofia, na ciência, sempre de novo tentou, mas nunca conseguiu, prender e segurar a natividade do mistério" (1).
- Referência:
- (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. “Heidegger e a modernidade: a correlação de sujeito e objeto”. In: ------------. Aprendendo a pensar, II. Petrópolis / RJ: Vozes, 1992, p. 180.