Luz

De Dicionrio de Potica e Pensamento

(Diferença entre revisões)
(4)
(4)
Linha 34: Linha 34:
:(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. ''Filosofia grega'' - uma introdução. Teresópolis: Daimon, 2010, p. 90.
:(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. ''Filosofia grega'' - uma introdução. Teresópolis: Daimon, 2010, p. 90.
 +
 +
 +
 +
== 5 ==
 +
: A luz é a [[energia]] do [[silêncio]] e seu manto é a [[claridade]]. A claridade da luz é o [[sentido]] e [[verdade]] do [[agir]], o vigorar do [[silêncio]] da luz.
 +
 +
 +
: - [[Manuel Antônio de Castro]]

Edição de 00h54min de 5 de Dezembro de 2016

Tabela de conteúdo

1

"Na Grécica, luz (phos) é o princípio de tudo (arché panton): da vida e do pensamento (zoé e nous), da arte e da Cidade (téchne e Pólis), do conhecimento e da produção (episteme e poíesis), do agir e do prestar (pracsein e chresthai)" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. Filosofia grega - uma introdução. Teresópolis: Daimon, 2010, p. 89.

2

E a verdade grega ou a-letheia se funda na luz, pois significa o vir à luz, o desvelamento. E este é que se chamou sempre a verdade, uma verdade que permite e possibilita todo ver e compreender, na medida em que a verdade é uma doação da clareira, na qual convivem claridade e escuridão, pois como diz Rosa no conto “Nada e a nossa condição”, a luz enquanto claridade constitui-se num paradoxo: “O que era a luzência, a clara, incongruência claridade, seu tétrico radiar, o qual traspassava a noite” (1). Em verdade, não sabemos o que seja a luz. E, no entanto, toda imagem se funda na luz. E note-se como ela muda de aparência segundo a incidência e a intensidade ou ausência de luz e das cores. Em essência, a complexidade e mistério da luz é o mesmo mistério da imagem.


- Manuel Antônio de Castro
Referência:
(1) ROSA, João Guimarães. "Nada e a nossa condição". In: ------. Primeiras estórias. 3. e. Rio de Janeiro: José Olympio, 1967, p. 89.

3

"Quando, de manhã cedo, um físico sai de casa para ir pesquisar no laboratório o efeito de Compton e sente brilhar nos olhos os raios de sol, a luz não lhe fala, em primeiro lugar, como fenômeno de uma mecância quântica ondulatória. Fala como fenômeno de um mundo carregado de sentido para o homem, como integrante de um cosmos, na acepção grega da palavra, isto é, de um universo cheio de coisas a perceber, de caminhos a percorrer, de trabalhos a cumprir, de obras a realizar. A luz fala, sobretudo, de um mundo em que ele nasce e cresce, ama e odeia, vive e morre a todo instante. Sem este mundo originário, o físico não poderia empreender suas pesquisas, pois não lhe seria possível nem mesmo existir. E, ao atingir-lhe os olhos, a luz não somente fala, a luz é tudo isto" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "Posfácio". In: HEIDEGGER, Martin. Ser e tempo. Trad. Márcia Sá Cavalcante Schuback. 2. e. Petrópolis: Vozes, 2006, p. 557.


4

"... para um grego luz é sempre energia irradiante em todo ser e não ser de tudo que é e está sendo, de tudo que não é nem está sendo. Energia de pura irradiação, luz concentra em si a força poética do raio de Zeus, que rege e acata todas as coisas: panta oikidzei kéranous (Diels, 66)" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. Filosofia grega - uma introdução. Teresópolis: Daimon, 2010, p. 90.


5

A luz é a energia do silêncio e seu manto é a claridade. A claridade da luz é o sentido e verdade do agir, o vigorar do silêncio da luz.


- Manuel Antônio de Castro
Ferramentas pessoais