Saudade

De Dicionrio de Potica e Pensamento

(Diferença entre revisões)
(Criou página com '== 1 == : O sou do eu nunca pode ser ocupado por qualquer outro sou. Caso isso acontecesse algum sou seria anulado, deixaria de ser, porque todo sou ...')
(1)
Linha 4: Linha 4:
: - [[Manuel Antônio de Castro]].
: - [[Manuel Antônio de Castro]].
 +
 +
== 2 ==
 +
: "A [[escuta]] que se [[escuta]] no [[presente]] é a [[voz]] velada no [[passado]]. Tanto é assim que tal [[voz]] [[desvelada]] não cessa de se tornar [[passado]], a [[ausência]] de um [[presente]], não a sua negação. [[Saudade]]" (1).
 +
 +
 +
: Referência:
 +
 +
: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Passado". In: -----. ''Arte: o humano e o destino''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 255.

Edição de 22h12min de 7 de Novembro de 2020

1

O sou do eu nunca pode ser ocupado por qualquer outro sou. Caso isso acontecesse algum sou seria anulado, deixaria de ser, porque todo sou é único, é um próprio, e abismalmente solitário, porque possibilidade de plenitude, eros, amor. Eis o motivo pelo qual nossos sentimentos são tão indefinidos, pois têm sua fonte no coração e não simplesmente na razão, no sentido racional e moderno. E nesse horizonte o sentimento, tendo origem no coração, é vida. Dotado o coração desse poder na vida do ser humano, tendo em vista a memória que presentifica tais sentimentos, surgiu em português a palavra recordação, ou seja, o poder da memória em tornar a fazer presentes os sentimentos que marcaram e marcam o ser humano e têm sua origem no coração, sentimentos que tanto podem ser alegres como tristes. Há a recordação dos bons momentos e a recordação dos maus momentos. Quando são bons, diz-se em português: saudade.


- Manuel Antônio de Castro.

2

"A escuta que se escuta no presente é a voz velada no passado. Tanto é assim que tal voz desvelada não cessa de se tornar passado, a ausência de um presente, não a sua negação. Saudade" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Passado". In: -----. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 255.
Ferramentas pessoais