Catarse
De Dicionrio de Potica e Pensamento
(Diferença entre revisões)
(Criou página com '== 1 == : "O originário não se reconstitui, ele não cessa de vigorar em novas manifestações, sendo isso o inaugural. Nossos ouvidos, se bem abertos, só pode...') |
(→2) |
||
(4 edições intermediárias não estão sendo exibidas.) | |||
Linha 1: | Linha 1: | ||
== 1 == | == 1 == | ||
- | : "O [[originário]] não se reconstitui, ele não cessa de [[vigorar]] em novas [[manifestações]], sendo isso o [[inaugural]]. Nossos ouvidos, se bem abertos, só poderão ouvir o som [[originário]], jamais o som [[original]], até porque não há som [[original]] numa [[realidade]] que não cessa de [[acontecer]]. E agora é que vem algo muito importante para compreender o ''[[mesmo]]''. A cada nova [[obra]] musical originária, para quem escuta, acontece o ''[[mesmo]]'' em novas e inaugurais [[experienciações]]. E toda experienciação inaugural é uma catarse, ou seja, uma [[libertação]] iluminadora, que nos projeta para além e aquém de todo e qualquer [[limite]], daí ser purificadora, porque libertadora" (1). | + | : "O [[originário]] não se reconstitui, ele não cessa de [[vigorar]] em novas [[manifestações]], sendo isso o [[inaugural]]. Nossos ouvidos, se bem abertos, só poderão [[ouvir]] o som [[originário]], jamais o som [[original]], até porque não há som [[original]] numa [[realidade]] que não cessa de [[acontecer]]. E agora é que vem algo muito importante para [[compreender]] o ''[[mesmo]]''. A cada nova [[obra]] musical [[originária]], para quem escuta, acontece o ''[[mesmo]]'' em novas e inaugurais [[experienciações]]. E toda [[experienciação]] [[inaugural]] é uma [[catarse]], ou seja, uma [[libertação]] iluminadora, que nos projeta para além e aquém de todo e qualquer [[limite]], daí ser purificadora, porque libertadora" (1). |
: Referência: | : Referência: | ||
- | : | + | : (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Época e tempo poético". In: ---------. '''Leitura: questões'''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 281. |
+ | |||
+ | == 2 == | ||
+ | : "...todo [[conhecimento]] [[grego]] se funda na [[possibilidade]] de [[ver]]. Ao destruir a [[visão]], [[Édipo]] renega, explode, [[simbolicamente]], o [[conhecimento]] [[humano]], que se revela [[limitado]], [[finito]], [[aparente]] e, portanto, culpado. O [[ato]] do [[trágico]] rei é o máximo de [[sofrimento]] [[humano]], mas também de sua [[purificação]]: é a [[catarse]]" (1). | ||
+ | |||
+ | |||
+ | : Referência: | ||
+ | |||
+ | : (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "As faces do trágico em ''Vidas Secas''". In: -----. '''Travessia Poética'''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1977, p. 75. |
Edição atual tal como 22h04min de 24 de Agosto de 2021
1
- "O originário não se reconstitui, ele não cessa de vigorar em novas manifestações, sendo isso o inaugural. Nossos ouvidos, se bem abertos, só poderão ouvir o som originário, jamais o som original, até porque não há som original numa realidade que não cessa de acontecer. E agora é que vem algo muito importante para compreender o mesmo. A cada nova obra musical originária, para quem escuta, acontece o mesmo em novas e inaugurais experienciações. E toda experienciação inaugural é uma catarse, ou seja, uma libertação iluminadora, que nos projeta para além e aquém de todo e qualquer limite, daí ser purificadora, porque libertadora" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Época e tempo poético". In: ---------. Leitura: questões. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 281.
2
- "...todo conhecimento grego se funda na possibilidade de ver. Ao destruir a visão, Édipo renega, explode, simbolicamente, o conhecimento humano, que se revela limitado, finito, aparente e, portanto, culpado. O ato do trágico rei é o máximo de sofrimento humano, mas também de sua purificação: é a catarse" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "As faces do trágico em Vidas Secas". In: -----. Travessia Poética. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1977, p. 75.