Dioniso

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O Mito de Midas da morte ou do ser feliz". In: -------------. ''Arte: o humano e o destino''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 189.
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de.''' "O [[Mito]] de [[Midas]] da [[morte]] ou do [[ser feliz]]". In: -------------. [[Arte]]: o [[humano]] e o [[destino]]. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 189.'''
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: "Mas ao entrar no [[estado]] de [[indivíduo]], resultante da [[multiplicidade]] e [[aparência]], conhece que o gozo da [[aparência]] é falaz e retorna ao [[uno]]. Nesta [[perspectiva]], o [[trágico]] não resulta da luta do [[herói]] contra o [[destino]]. A própria [[Natureza]] é [[originária]] e [[radicalmente]] [[trágica]]. O [[mito]] [[trágico]] é a [[representação]] [[simbólica]] da [[sabedoria]] [[dionisíaca]], com a ajuda de meios [[artísticos]] [[apolíneos]] e, pelo aniquilamento destes, chega-se ao [[uno]]. O [[estado]] [[apolíneo]], pela [[aparência]], corresponde ao [[princípio]] da “[[medida]]” no sentido [[helênico]]. A [[afirmação]] do [[estado]] [[apolíneo]] repousa sobre o abismo oculto do [[mal]] e do [[conhecimento]]. O [[estado]] [[dionisíaco]] era a [[desmedida]]. Este, mostrando o [[erro]] da [[aparência]] e conduzindo os [[homens]] ao [[estado]] de identificação primordial da [[Natureza]], produz uma consolação [[metafísica]], e a [[desmedida]] revela-se também como [[verdade]]" (1).
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:  (1) CASTRO, Manuel Antônio de.''' "As faces do [[trágico]] em [[Vidas]] Secas. In: -----. [[Travessia]] [[Poética]]. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1977, p. 78.'''

Edição atual tal como 01h02min de 21 de janeiro de 2025

1

"A sabedoria de Sileno se distingue porque ele foi o sábio preceptor de Dioniso. Esse deus-homem, homem-deus está ligado tanto à phýsis como à zoé (vigor e fulgor do viver) e também a Eros, sempre no limiar de Thánatos. A paixão pela vida como Eros-Dioniso é o que dá o alcance do que os gregos experienciavam como zoé (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O Mito de Midas da morte ou do ser feliz". In: -------------. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 189.

2

"Mas ao entrar no estado de indivíduo, resultante da multiplicidade e aparência, conhece que o gozo da aparência é falaz e retorna ao uno. Nesta perspectiva, o trágico não resulta da luta do herói contra o destino. A própria Natureza é originária e radicalmente trágica. O mito trágico é a representação simbólica da sabedoria dionisíaca, com a ajuda de meios artísticos apolíneos e, pelo aniquilamento destes, chega-se ao uno. O estado apolíneo, pela aparência, corresponde ao princípio da “medida” no sentido helênico. A afirmação do estado apolíneo repousa sobre o abismo oculto do mal e do conhecimento. O estado dionisíaco era a desmedida. Este, mostrando o erro da aparência e conduzindo os homens ao estado de identificação primordial da Natureza, produz uma consolação metafísica, e a desmedida revela-se também como verdade" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "As faces do trágico em Vidas Secas. In: -----. Travessia Poética. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1977, p. 78.
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