Análise
De Dicionrio de Potica e Pensamento
(Diferença entre revisões)
(→1) |
(→3) |
||
Linha 16: | Linha 16: | ||
== 3 == | == 3 == | ||
- | : | + | : A análise procura dar conta da [[visão]] da [[teoria]] sem a prévia abertura para o [[fenômeno]] como oferta do [[acontecer]]. Aqui se deve fugir da fácil tentação de achar tudo isto ou [[verdadeiro]] ou [[falso]], até porque aí falta o [[paradigma]] e [[medida]] desse falso ou verdadeiro. Logo, o que a análise traz em si não é falso nem verdadeiro, mas tão-somente o resultado e a [[definição]] e delimitação conceitual dentro de uma medida estabelecida pela própria teoria que visa ao [[conhecer]] sem o [[ser]]. |
- | : | + | : - [[Manuel Antônio de Castro]] |
- | + | ||
- | + | ||
== 4 == | == 4 == |
Edição de 02h06min de 27 de Maio de 2016
1
- Filhos da análise são o comentário, a glosa e a explicação descritivista. Em geral, como não podia deixar de ser, levam a uma leitura pobre. Ou dizem mal o que o texto diz bem, ou criam esquemas objetivos de explicação em que a fala poética é substituída por conceitos formais em que estes se tornam o centro. Falam pelo texto, não o escutam. Ler poeticamente é falar-com, isto é, dialogar. Na análise não há o diálogo que pressupõe o falar-com e o corresponder à fala do texto poético como escuta. Pois, em última instância, sempre é a linguagem e a poesia que fala. A análise pressupõe que a realidade seja regida pela causalidade. Analisar é procurar a causa.
2
- "A análise é o meio propiciador, por excelência, do predomínio da identidade, e, enquanto meio propiciador, acabou por se consolidar como o instrumento criador de uma expectativa de simplicidade unívoca como a compreensão do mundo por meio da identidade. Em geral existe a crença que pela análise é-se capaz de alcançar a unidade. Nada mais falaz. A análise desfaz precisamente a unidade, despedaça o sentido, e assim, se a alguma coisa não permite o acesso é à unidade" (1).
- Referência:
- (1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 53.
3
- A análise procura dar conta da visão da teoria sem a prévia abertura para o fenômeno como oferta do acontecer. Aqui se deve fugir da fácil tentação de achar tudo isto ou verdadeiro ou falso, até porque aí falta o paradigma e medida desse falso ou verdadeiro. Logo, o que a análise traz em si não é falso nem verdadeiro, mas tão-somente o resultado e a definição e delimitação conceitual dentro de uma medida estabelecida pela própria teoria que visa ao conhecer sem o ser.
4
- É por meio da identidade que a ideia, como conversão do real à representação, logra alcançar o senso comum" (1).
- Referência:
- (1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 70.
5
- "A pluralidade se vê constituída e reduzida a singularidades ordenadas a partir da análise e da perspectiva, isto é, desde um determinado modo de olhar. Esta tensão entre pluralidade e singularidade, dinamizadora da realidade, dá lugar, progressivamente, a uma realidade compreendida analítica e perspectivamente. Esta análise e perspectiva são decisivas para que se passe a entender a realidade reduzida aos padrões impostos pelas realizações, em que estas, por sua vez, estejam determinadas analítica e perspectivamente" (1).
- Referência:
- (1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 71.
6
- "A análise, tal como é compreendida geralmente, pressupõe a necessidade de se encontrar a ordem causal, para então encontrar a causa primeira. Para operar desse modo, o próprio analista precisa estar persuadido de que o caminho é esse, isto é, há uma causa, além de acreditar ter as técnicas necessárias para segui-lo" (1).
- Referência:
- (1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 118.