Princípio de identidade

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: "Assim podemos cifrar este [[princípio]] do seguinte [[modo]]: A = A. Mas isto sem mais não basta. Pois tal formulação pode reduzir-se a uma simples [[tautologia]]. Se o [[Princípio de identidade]] não fosse mais que uma [[simples]] [[tautologia]], seria ocioso ocupar-se dele e [[ilusório]] dar-lhe importância [[fundamental]]. De [[fato]], o [[princípio de identidade]] não se reduz a uma [[tautologia]], pois seu [[verdadeiro]] [[sentido]] é: ''A'' é [[necessariamente]] ''A'', ou seja, o [[ente]], enquanto [[é]], é [[necessariamente]] aquilo que ele [[é]]. O elemento “[[necessidade]]” é que dá toda a importância ao [[princípio]]. Isto por sua vez mostra que também aqui temos uma [[síntese]] ''[[a priori]]'': tendo encontrado o [[elemento]] “[[identidade]]” como condição ''[[a priori]]'' de [[possibilidade]] para [[toda]] [[pergunta]] e todo [[saber]] acerca de [[algo]], e vendo que tal [[identidade]] todo [[ente]] a tem em [[virtude]] do [[ser]], nos vimos obrigados a [[refletir]] a [[identidade]] ao [[ser]] e [[perguntar]] como eles convêm um ao outro, para então, por uma [[simples]] [[compreensão]] do [[sentido]] de ambos, [[revelar-se-nos]] que os dois [[necessariamente]] convêm um ao outro, de tal [[forma]] que se deve [[realmente]] [[falar]] de um [[princípio]] do [[ser]]" (1).
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: "Assim podemos cifrar este [[princípio]] do seguinte [[modo]]: A = A. Mas isto sem mais não basta. Pois tal formulação pode reduzir-se a uma simples [[tautologia]]. Se o [[Princípio de identidade]] não fosse mais que uma [[simples]] [[tautologia]], seria ocioso ocupar-se dele e [[ilusório]] dar-lhe importância [[fundamental]]. De [[fato]], o [[princípio de identidade]] não se reduz a uma [[tautologia]], pois seu [[verdadeiro]] [[sentido]] é: ''A'' é [[necessariamente]] ''A'', ou seja, o [[ente]], enquanto [[é]], é [[necessariamente]] aquilo que ele [[é]]. O elemento “[[necessidade]]” é que dá toda a importância ao [[princípio]]. Isto por sua vez mostra que também aqui temos uma [[síntese]] ''[[a priori]]'': tendo encontrado o [[elemento]] “[[identidade]]” como condição ''[[a priori]]'' de [[possibilidade]] para [[toda]] [[pergunta]] e todo [[saber]] acerca de [[algo]], e vendo que tal [[identidade]] todo [[ente]] a tem em [[virtude]] do [[ser]], nos vimos obrigados a [[refletir]] a [[identidade]] ao [[ser]] e [[perguntar]] como eles convêm um ao outro, para então, por uma [[simples]] [[compreensão]] do [[sentido]] de ambos, [[revelar]]-se-nos que os dois [[necessariamente]] convêm um ao outro, de tal [[forma]] que se deve [[realmente]] [[falar]] de um [[princípio]] do [[ser]]" (1).

Edição de 22h55min de 28 de Agosto de 2020

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isto afinal o que chamamos de Princípio de identidade: “O ente é necessariamente ele mesmo” ou na forma negativa, como Princípio de contradição: “O ente não pode não-ser ele mesmo”. Ou a formulação do princípio mais desenvolvida: “O que é não pode, ao mesmo tempo e sob o mesmo aspecto, não ser” (1).
Aqui ressoa a afirmação de Platão: Ninguém dá o que tem, só se pode dar o que não se tem.
"Assim podemos cifrar este princípio do seguinte modo: A = A. Mas isto sem mais não basta. Pois tal formulação pode reduzir-se a uma simples tautologia. Se o Princípio de identidade não fosse mais que uma simples tautologia, seria ocioso ocupar-se dele e ilusório dar-lhe importância fundamental. De fato, o princípio de identidade não se reduz a uma tautologia, pois seu verdadeiro sentido é: A é necessariamente A, ou seja, o ente, enquanto é, é necessariamente aquilo que ele é. O elemento “necessidade” é que dá toda a importância ao princípio. Isto por sua vez mostra que também aqui temos uma síntese a priori: tendo encontrado o elementoidentidade” como condição a priori de possibilidade para toda pergunta e todo saber acerca de algo, e vendo que tal identidade todo ente a tem em virtude do ser, nos vimos obrigados a refletir a identidade ao ser e perguntar como eles convêm um ao outro, para então, por uma simples compreensão do sentido de ambos, revelar-se-nos que os dois necessariamente convêm um ao outro, de tal forma que se deve realmente falar de um princípio do ser" (1).


- Manuel Antônio de Castro.
Referência:
(1) HUMMES, o.f.m. Frei Cláudio. Metafísica. Mimeo. Daltro Filho / Imigrantes, RS, 1963. Depois tornou-se Bispo e hoje é Cardeal.
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