Princípio de identidade

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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isto afinal o que chamamos de Princípio de identidade: “O ente é necessariamente ele mesmo” ou na forma negativa, como Princípio de contradição: “O ente não pode não-ser ele mesmo”. Ou a formulação do princípio mais desenvolvida: “O que é não pode, ao mesmo tempo e sob o mesmo aspecto, não ser” (1).
Aqui ressoa a afirmação de Platão: Ninguém dá o que tem, só se pode dar o que não se tem.
"Assim podemos cifrar este princípio do seguinte modo: A = A. Mas isto sem mais não basta. Pois tal formulação pode reduzir-se a uma simples tautologia. Se o Princípio de identidade não fosse mais que uma simples tautologia, seria ocioso ocupar-se dele e ilusório dar-lhe importância fundamental. De fato, o princípio de identidade não se reduz a uma tautologia, pois seu verdadeiro sentido é: A é necessariamente A, ou seja, o ente, enquanto é, é necessariamente aquilo que ele é. O elemento “necessidade” é que dá toda a importância ao princípio. Isto por sua vez mostra que também aqui temos uma síntese apriori: tendo encontrado o elementoidentidade” como condição apriori de possibilidade para toda pergunta e todo saber acerca de algo, e vendo que tal identidade todo ente a tem em virtude do ser, nos vimos obrigados a refletir a identidade ao ser e perguntar como eles convêm um ao outro, para então, por uma simples compreensão do sentido de ambos, revelar-se-nos que os dois necessariamente convêm um ao outro, de tal forma que se deve realmente falar de um princípio do ser" (1).


- Manuel Antônio de Castro.
Referência:
(1) HUMMES, o.f.m. Frei Cláudio. Metafísica. Mimeo. Daltro Filho / Imigrantes, RS, 1963. Depois tornou-se Bispo e hoje é Cardeal.
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