Auto-consciência
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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: Na medida em que cada um é um [[próprio]] ele se torna [[sempre]] um [[outro]], do qual jamais poderemos ter [[consciência]] completa. Mas esta nem de nós [[mesmos]] temos, isto é, nossa [[auto-consciência]] está [[sempre]] em [[caminhada]]. E varia de [[ser humano]] para [[ser humano]]. Essa [[caminhada]] tem de [[ser]] contínua e [[sempre]] teremos novas [[dimensões]] para [[descobrir]]. A esse [[processo]] de descoberta se denomina muito apropriadamente: [[iluminação]]. | : Na medida em que cada um é um [[próprio]] ele se torna [[sempre]] um [[outro]], do qual jamais poderemos ter [[consciência]] completa. Mas esta nem de nós [[mesmos]] temos, isto é, nossa [[auto-consciência]] está [[sempre]] em [[caminhada]]. E varia de [[ser humano]] para [[ser humano]]. Essa [[caminhada]] tem de [[ser]] contínua e [[sempre]] teremos novas [[dimensões]] para [[descobrir]]. A esse [[processo]] de descoberta se denomina muito apropriadamente: [[iluminação]]. | ||
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+ | : "Todavia, para [[compreender]] a [[diferença]] do meu [[ser]] frente ao [[outro]] e frente ao [[ser ilimitado]], é a [[consciência]] do [[outro]] que condiciona minha [[auto-consciência]], ou seja, devo dar-me conta do [[outro]] para [[poder]] dar-me conta de mim [[mesmo]] como diferenciado do [[outro]] e do [[ser ilimitado]]" (1). | ||
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: (1) HUMMES, o.f.m. Frei Cláudio. ''Metafísica''. Mimeo. Daltro Filho / Imigrantes, RS, 1963. Depois tornou-se Bispo e hoje é Cardeal. | : (1) HUMMES, o.f.m. Frei Cláudio. ''Metafísica''. Mimeo. Daltro Filho / Imigrantes, RS, 1963. Depois tornou-se Bispo e hoje é Cardeal. |
Edição de 21h53min de 4 de Agosto de 2020
1
- "Pela abertura que o homem tem ao horizonte ilimitado do ser, ele é capaz até certo ponto de sobrevoar a si mesmo como posto e fundamentado no ser. Assim o homem se sabe a si mesmo e sabendo-se se possui a si mesmo. Está presente e transparente a si mesmo, torna-se luminoso a si mesmo. É isto que se chama auto-consciência. Enquanto este saber de si mesmo é condicionado pela abertura ao horizonte do ser ilimitado do qual vem a luz que ilumina o sujeito a si mesmo, este mesmo sujeito deverá ser capaz de dar-se conta também dos outros entes que não são ele mesmo, mas que também estão postos no horizonte do ser ilimitado. Ou melhor, através da abertura que o homem tem para o ser ilimitado, a luz atinge também os entes que não se identificam com o sujeito. E assim o sujeito se dá conta também deles como entes, compreende-os a partir da luz que vem do ser. É isto o que se chama de consciência do objeto. Ou seja, a consciência daquilo que não é o próprio sujeito consciente, aquilo de que o homem se dá conta, além de si mesmo. Assim o homem não apenas está presente a si mesmo, mas também está presente ao outro, está junto ao outro, dá-se conta do outro" (1).
- Na medida em que cada um é um próprio ele se torna sempre um outro, do qual jamais poderemos ter consciência completa. Mas esta nem de nós mesmos temos, isto é, nossa auto-consciência está sempre em caminhada. E varia de ser humano para ser humano. Essa caminhada tem de ser contínua e sempre teremos novas dimensões para descobrir. A esse processo de descoberta se denomina muito apropriadamente: iluminação.
- Referência:
- (1) HUMMES, o.f.m. Frei Cláudio. Metafísica. Mimeo. Daltro Filho / Imigrantes, RS, 1963. Depois tornou-se Bispo e hoje é Cardeal.
2
- "Todavia, para compreender a diferença do meu ser frente ao outro e frente ao ser ilimitado, é a consciência do outro que condiciona minha auto-consciência, ou seja, devo dar-me conta do outro para poder dar-me conta de mim mesmo como diferenciado do outro e do ser ilimitado" (1).
- Referência:
- (1) HUMMES, o.f.m. Frei Cláudio. Metafísica. Mimeo. Daltro Filho / Imigrantes, RS, 1963. Depois tornou-se Bispo e hoje é Cardeal.