Científico
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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Edição de 20h23min de 21 de Julho de 2019
1
- "O desenvolvimento técnico ajuda muito a preservar, a divulgar e a multiplicar as próprias criações artísticas".
- "No entanto, nem tudo é técnico e científico na vida. Diz Manoel de Barros no Livro sobre nada:
- A ciência pode classificar e nomear os órgãos de um
- sabiá
- mas não pode medir seus encantos.
- A ciência não pode calcular quantos cavalos de força
- existem
- nos encantos de um sabiá(1) (2).
- Referências:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio. "Apresentação". In: A construção poética do real. Rio de Janeiro: 7Letras, 2004, p. 7.
- (2) BARROS, Manoel. Livro sobre nada. Rio de Janeiro: Record, 1996, p. 53.
2
- "O método científico é sempre delimitado. Ele estabelece pressuposições que não podem ser violadas. Tudo aquilo que não constar e estiver dentro desses limites não é científico. Ora, quando se diz isso, está se dizendo que a ciência não é científica. Por quê? A ciência como ciência não é objeto de nenhuma pesquisa científica. Não é um fenômeno físico a Física. Não é um fenômeno químico a Química. Por isso é que há uma tensão entre o conhecimento propiciado pelo método e pela técnica, porque método e técnica na ciência se trocam, um constitui o outro. Em vista disso, dizer técnica ou ciência não tem muita diferença. A técnica é o que possibilita a ciência. Sem se articularem as possibilidades de verificação, de comprovação ou de não falsificação, não se constitui uma teoria científica. A Física tem uma Pro-física, uma Ante-física, para poder ser Física. É por isso que a diferença fundamental é de constituição. O método lógico-científico se constitui com forças e princípios que fogem do alcance do próprio método científico" (1).
- Referência:
- (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "Dialética: entre o fechado e o aberto". Revista Tempo Brasileiro: Dialética em questão II. Editora Tempo Brasileiro, Rio de Janeiro, jul.-set., 2013, 194, p. 11.
3
- O homem moderno criará a partir da imaginação. Contudo, para isto haverá uma profunda transformação. E a grande metáfora para indicar e conduzir esta mudança será o universo como um gigantesco relógio. Nesta mudança o Ser é substituído pelo Tempo, mas agora um tempo que pode ser conhecido, medido e até se podem efetuar intervenções, fundamentadas, claro, desde então, nesse novo conhecimento que passou a ser denominado científico, porque objetivo. E desde então só será verdadeiro o que for científico. A prática vai levar a metáfora do relógio/tempo para todas as esferas da realidade/natureza. Temos de ficar atentos às reduções que se vão operando. A mais complexa é aí o abandono da preocupação ontológica com o que é e o foco único no como é, mas não mais relacionado a o que é. Agora o como é diz respeito a o como se conhece. É este em última instância que determina tudo, pois tudo será objeto do conhecimento que se torna o verdadeiro sujeito, o verdadeiro “criador”. Um tal conhecimento é exercido pela razão crítica, que se fundamenta na Razão Crítica de Kant.