Essência do agir

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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"Os mitos são de uma riqueza extraordinária e muitas podem ser as suas escutas ou interpretações, muitos podem ser os diálogos que eles suscitam. Só há diálogo onde há escuta. A comunicação é o diálogo sem escuta, portanto, um pseudo-diálogo.
Que mito escolhermos para questionar e pensar a essência do agir, aquela que manifesta o humano de todo ser humano? No e pelo agir muitos podem ser os nossos motivos, empenhos e objetivos a atingir. Sempre nos movemos na dimensão do agir. Mas trata-se aqui da essência do agir, ou seja, daquele agir no qual e pelo qual se decide o que somos e não-somos. Tal agir não depende de nosso querer ou não-querer, mas da abertura ao acontecer do pensar. Quando nosso ser está em jogo, então trata-se fundamentalmente de sermos ou não felizes já que a plenitude do que somos é nosso maior empenho e penhor. Por isso escolhemos, para pensar a essência do agir, o mito de Midas da Morte" (1).


Referência:
(1) : CASTRO, Manuel Antônio de. “O mito de Midas da morte ou do ser feliz”. In: ------. ‘’Arte: o humano e o destino’’. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 187.

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"Todo agir essencial implica um destino. Qual é a Essência do agir?" (1).
“De há muito que ainda não se pensa, com bastante decisão, a Essência do agir. Só se conhece o agir como a produção de um efeito, cuja efetividade se avalia por sua utilidade. A Essência do agir, no entanto, está em con-sumar. Con-sumar quer dizer: conduzir uma coisa ao sumo, à plenitude de sua Essência. Levá-la a essa plenitude, pro-dúcere. Por isso, em sentido próprio, só pode ser consumado o que já é. Ora, o que já é, antes de tudo, é o Ser... no pensamento o Ser se torna linguagem” (2).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Ulisses e a Escuta do Canto das Sereias”. In: -----. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 171.
(2) HEIDEGGER, Martin. Carta sobre o humanismo. Trad. Emmanuel Carneiro Leão. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1967, p. 23.
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