Princípio

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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:"Os princípios, confundidos com as [[lei|leis]], acabam por se deixar arbitrar, desde uma espácio-temporalidade arbitrária. Os princípios, para serem, enquanto tais, não se deixam [[arbitrar]] nem tampouco arbitram. Para serem princípios, o que eles só não podem ser é, de modo nenhum, a [[determinação]] de 'um [[caminho]], de uma [[verdade]] e de uma [[vida]]'. Princípios não determinam nem são determinados, apenas se apresentam para que sejam ou não [[perceber|percebidos]], considerados e estabelecidos efetivamente enquanto princípios" (1).
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:"Os princípios, confundidos com as [[lei|leis]], acabam por se deixar arbitrar, desde uma espácio-temporalidade arbitrária. Os princípios, para serem, enquanto tais, não se deixam arbitrar nem tampouco arbitram. Para serem princípios, o que eles só não podem ser é, de modo nenhum, a [[determinação]] de 'um [[caminho]], de uma [[verdade]] e de uma [[vida]]'. Princípios não determinam nem são determinados, apenas se apresentam para que sejam ou não [[perceber|percebidos]], considerados e estabelecidos efetivamente enquanto princípios" (1).
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:(1) JARDIM, Antonio. ''Música: vigência do pensar poético''. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 206.
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Edição de 22h01min de 20 de Agosto de 2009

1

"Arcaica, no sentido etimológico, leva-nos a envolver a ideia de arkhé. Um princípio inaugural, constitutivo e dirigente. Arkhé significa o que está à frente e por isso é o começo ou princípio de tudo. A Noite está à frente, nasce de Kháos. O que está à frente tem o comando de todo o restante. É também arkhé: o fundamento, a origem, o que está no começo de modo absoluto, o ponto de partida de um caminho, o fundamento das ações. Como tem comando, tem o poder, é a autoridade" (1). Como a autora torna claro, a compreensão de arkhé como princípio e origem só é princípio porque, por estar à frente e comandar é que é inaugural, originário. Por isso reina vigorosamente da origem ao fim. Princípio diz, então, o estar sempre principiando como tempo originário.


- Manuel Antônio de Castro


Referência:
(1) GROETAERS, Elenice. A poética da noite em Vinicius de Moraes. São Paulo: Scortecci, 2007, p. 72.


2

"Fundamento é aquilo de onde o ente como tal, em seu tornar-se, passar e permanecer, é aquilo que é e como é, enquanto cognoscível, manipulável e transformável" (1).


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. "O fim da filosofia e a tarefa do pensamento". In: Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1979, p. 71.


3

"O princípio surge e se impõe ao longo de todo o processo, pois só alcança a plenitude no fim. Início é o princípio em busca de realização, fim é o princípio plenamente realizado como princípio” (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. Apendendo a pensar II. Petrópolis, Vozes, 1992, p. 242.


4

"Ora, um princípio constitui algo inato, pois é a partir de um princípio que necessariamente assume existência tudo aquilo que existe, ao passo que o princípio não provém de coisa alguma, pois, se começasse a ser partindo de qualquer outra fonte, não seria princípio" (1).


Referência:
(1) PLATÃO. Fedro. 5ª ed. Lisboa: Guimarães, 1994, p. 57, 245d.


5

"Os princípios, confundidos com as leis, acabam por se deixar arbitrar, desde uma espácio-temporalidade arbitrária. Os princípios, para serem, enquanto tais, não se deixam arbitrar nem tampouco arbitram. Para serem princípios, o que eles só não podem ser é, de modo nenhum, a determinação de 'um caminho, de uma verdade e de uma vida'. Princípios não determinam nem são determinados, apenas se apresentam para que sejam ou não percebidos, considerados e estabelecidos efetivamente enquanto princípios" (1).


Referência:
(1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 206.

6

"Princípios são apenas a vigência das possibilidades para que algo seja viável, isto é, para que algo possa percorrer vias, os caminhos em trânsito, possa, enfim, transitar. O que não tem origem ou não começa, não pode transitar. Transitar diz do que vai sempre além, do que, portanto, não se deixa determinar desde sua origem até a sua possibilidade de ser sem fim" (1).


Referência:
(1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, pp. 206-7.