Poético

De Dicionrio de Potica e Pensamento

Edição feita às 08h06min de 18 de Setembro de 2012 por Profmanuel (Discussão | contribs)

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"Admitir a polifonia é admitir visão e escuta em uma dinâmica de superposição. A textura histórica das artes, ou não, reproduz a textura do modo de se dar o real. Em qualquer dimensão, mas em especial na dimensão do poético, o decisivo é que não há superação histórica. A rigor não se pode afirmar a superação de nada no âmbito do poético. O que numa primeira instância pode aparecer como superação, pode ser na verdade uma superposição em que alguma coisa esteja momentaneamente oculta e não superada." (1)


Referência:
(1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 112.


2

O poético é a incessante reinvenção do cotidiano. Por isso o poético é a ação se fazendo linguagem, o ser se dando, sendo tempo, presenteando-se. O cotidiano não é o cronológico de um agora. É o presente do que não cessa de se inaugurar. E toda inauguração é sempre inauguração do mesmo, o que é o contrário da repetição da mesma coisa. O mesmo é o poético vigorando. É o extraordinário do ordinário, a face sempre nova da realidade na realização do instante, porque o instante é o presentificar-se do que é. O poético é. É enquanto se pensa. E pensando-se dimensiona-se o político pelo ético. O político é o ético do poético.


- Manuel Antônio de Castro


3

O poético, em termos de realidade e essência do humano, é sempre o diferente, sendo o nada criativo a sua identidade. Desse modo as novas grandes obras de arte operam num círculo poético.


- Manuel Antônio de Castro.


4

Feitos por Cura, temos que fazer de nossas pro-curas o cuidar poético do que somos e não somos. Mas só seremos radicalmente poéticos se ao cuidar do que nos é próprio, este cuidar não for qualquer cuidar, mas um cuidar poético, onde o que o move como permanência e atualidade é o vigorar do amar. E há algo mais poético, permanente e atual que o Amar? Quando afirmamos que no princípio era a Poética queremos dizer e mostrar que no princípio era o amar: o ser humano consumando o que é.


- Manuel Antônio de Castro