História

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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:"a Essência da História é o destino ou a estruturação do que é enviado para ser disposto, isto é," (1) "...a história é o destinar-se do Ser no homem. Isso quer dizer: é no destinar-se do Ser que o homem se hominiza..." (2)
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:"a Essência da História é o destino ou a estruturação do que é enviado para ser disposto" (1), isto é, "...a história é o destinar-se do Ser no homem. Isso quer dizer: é no destinar-se do Ser que o homem se hominiza..." (2).
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:Referências:
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:(1) CASTRO, Manuel Antônio de. ''O acontecer poético'' - a história literária. Rio de Janeiro: Antares, 1982, p. 59.
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:(1) CASTRO, Manuel Antônio de. ''O acontecer poético'' – ''a história literária''. Rio de Janeiro: Antares, 1982, p. 59.
:(2) LEÃO, Emmanuel Carneiro. ''Aprendendo a pensar''. Petrópolis: Vozes, 1977, p. 59.
:(2) LEÃO, Emmanuel Carneiro. ''Aprendendo a pensar''. Petrópolis: Vozes, 1977, p. 59.
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:'''Ver também:'''
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Edição de 17h50min de 22 de Outubro de 2009

1

A tensão entre memória e história é a mesma que entre phýsis e lógos. A história enquanto acontecer é a manifestação da memória enquanto o que é, o que foi e o que será. A Memória é o génos que se manifesta como história. A história é o acontecer da memória. Por isso, a história é a realização da memória enquanto manifestação do tempo. Não podemos falar em história sem tempo, mas por sua vez a memória é o tempo em seu vigorar. Por sua vez, memória e história são a manifestação da phýsis enquanto linguagem. Tradição, historiografia e língua enquanto discurso são como ritos do que é memória, história, linguagem e tempo, mas sem o vigor do mito.


- Manuel Antônio de Castro


Ver também:


2

O homem moderno, ao descobrir a historicidade/historicização do homem, compreendeu-o no horizonte constituído pela história. E escreveram-se as diferentes histórias. Mas a partir da radicalização do pensamento heideggeriano sobre ser e tempo, sobre história como acontecer poético e sobre a historicidade do homem, não é mais possível continuar a estudar a arte através das histórias tradicionais. Com os impasses da pós-modernidade sobre tempo/história e o questionamento ainda não feito de como a própria ciência pode constituir-se como história, devemos pensar as obras de arte como acontecer poético. Por outro lado, há as épocas em que o ser se destina. Como relacionar estas épocas-destinadas e o acontecer poético de toda historicidade, de toda obra de arte? Na medida em que se responde e corresponde a esta questão é que se pode "pensar" uma "história" da arte. Por outro lado, a história da arte tradicional não se serve meramente da cronologia, mas está fundada na sucessão de formas e matérias. Heidegger questiona esta concepção da coisa, usada para ser pensado o untensílio, no ensaio A origem da obra de arte. Desse questionamento se abre a possibilidade de repensar não só a história da arte mas também as próprias obras enquanto históricas. Isto fica mais claro a partir da constatação de que a pós-modernidade, ao centralizar-se no presente, ao acelerar o tempo ou retardá-lo, comprimindo-o, leva o homem para o campo das vivências, abolindo as experiências. Isto se reflete na memória e na linguagem (de comunicação). E é nesse eixo que se pode pensar, sim ou não, a interpretação das obras como vigília desvelante, respondendo e correspondendo ao tempo, à memória e à linguagem.


- Manuel Antônio de Castro


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3

A relação entre tempo e história e a afirmação ou negação da história/tempo se dá através de uma questão central: o sentido. Para o homem mítico, dá-se através da atualização dos mitos nos ritos. No homem antigo e em outras culturas, o sentido do tempo/história aparece nos ciclos temporais (Grande ano). A teoria de Hegel da história se estabelece enquanto teoria de um sentido. Idem para Marx e para a visão cristã. O que é sentido? Os gregos o pensavam como télos.


- Manuel Antônio de Castro


4

O lançar mão dos dados históricos para a compreensão da obra de arte pode se tornar inútil e até atrapalhar, porque os muitos dados e explicações podem facilmente obnubilar e fazer esquecer a presença do extraordinário. Ora, esse é o núcleo de todo vigor da arte e do pensamento. Isso fica bem claro no fragmento 18 de Heráclito: "Se não se espera, não se encontra o inesperado, sendo sem caminhos de encontro nem vias de acesso" (1). O inesperado está radicado na ambiguidade radical da Linguagem poética e do pensamento, na medida em que estas são falas do sagrado.


- Manuel Antônio de Castro


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. Os pensadores originários. Petrópolis: Vozes, 1991, pp. 14-5.

5

O que é perguntar historicamente?
"Perguntar historicamente significa: libertar e pôr em movimento o que repousa na questão e nela está preso" (1).


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. O que é uma coisa. Lisboa: Edições 70, 1992, pp. 53-4.

6

"A história parte da concepção tricotômica do tempo. Historiograficamente estuda-se no presente os fatos do passado. Não se questiona a condição de possibilidade da correlação entre esses dois tempos, sendo o futuro um filho enjeitado, como se não fosse uma dimensão do humano" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. O acontecer poéticoA história literária. Rio de Janeiro: Antares, 1982, p. 40.

7

"a Essência da História é o destino ou a estruturação do que é enviado para ser disposto" (1), isto é, "...a história é o destinar-se do Ser no homem. Isso quer dizer: é no destinar-se do Ser que o homem se hominiza..." (2).


Referências:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. O acontecer poéticoa história literária. Rio de Janeiro: Antares, 1982, p. 59.
(2) LEÃO, Emmanuel Carneiro. Aprendendo a pensar. Petrópolis: Vozes, 1977, p. 59.


Ver também: