Hermes

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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:  "Hermes, como [[palavra]] dos [[deuses]] ofertada aos [[homens]] na dicção do [[poeta]], diz sempre a [[verdade]], porém não toda a verdade. Desta tensão [[entre]] verdade e [[não-verdade]] é que surge o próprio [[mito]] como [[espelho]] de toda [[especulação]]. A [[essência]] do [[espelho]] não é representar o [[eu]] como o seu [[outro]], não é reduplicar o [[real]] em [[representações]], mas mostrar o que se esconde enquanto aparece. Ou seja, [[Hermes]] é o próprio [[diálogo]]. No diálogo, as [[diferenças]] se especulam, não como [[diferenças]] de si, mas do [[real]]" (1).
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:  "[[Hermes]], como [[palavra]] dos [[deuses]] ofertada aos [[homens]] na dicção do [[poeta]], diz sempre a [[verdade]], porém não toda a [[verdade]]. Desta tensão [[entre]] [[verdade]] e [[não-verdade]] é que surge o próprio [[mito]] como [[espelho]] de toda [[especulação]]. A [[essência]] do [[espelho]] não é [[representar]] o [[eu]] como o seu [[outro]], não é reduplicar o [[real]] em [[representações]], mas mostrar o que se esconde enquanto aparece. Ou seja, [[Hermes]] é o próprio [[diálogo]]. No [[diálogo]], as [[diferenças]] se especulam, não como [[diferenças]] de si, mas do [[real]]" (1).
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: (1) CASTRO. Manuel Antônio de. ''Poética e ''poiesis'': a questão da interpretação''. Rio de Janeiro: Faculdade de Letras da UFRJ. Série Conferências, v. 5. 2000, p. 10.
: (1) CASTRO. Manuel Antônio de. ''Poética e ''poiesis'': a questão da interpretação''. Rio de Janeiro: Faculdade de Letras da UFRJ. Série Conferências, v. 5. 2000, p. 10.
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Edição de 16h05min de 10 de Setembro de 2018

1

"Hermes, como palavra dos deuses ofertada aos homens na dicção do poeta, diz sempre a verdade, porém não toda a verdade. Desta tensão entre verdade e não-verdade é que surge o próprio mito como espelho de toda especulação. A essência do espelho não é representar o eu como o seu outro, não é reduplicar o real em representações, mas mostrar o que se esconde enquanto aparece. Ou seja, Hermes é o próprio diálogo. No diálogo, as diferenças se especulam, não como diferenças de si, mas do real" (1).


Referência:
(1) CASTRO. Manuel Antônio de. Poética e poiesis: a questão da interpretação. Rio de Janeiro: Faculdade de Letras da UFRJ. Série Conferências, v. 5. 2000, p. 10.

2

"Dioniso foi educado por Hermes, a palavra-medida do sentido da vida e da morte. Só há sabedoria onde houver medida. Hermes é o mensageiro da medida não é a medida. Esta é o vigorar do sagrado, por isso Hermes é o mensageiro dos deuses, da divindade, isto é, do sagrado" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O mito de Midas da morte ou do ser feliz". In: -----. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 190.