Espelho

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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:  "[[Hermes]], como [[palavra]] dos [[deuses]] ofertada aos [[homens]] na dicção do [[poeta]], diz sempre a [[verdade]], porém não toda a [[verdade]]. Desta tensão [[entre]] [[verdade]] e [[não-verdade]] é que surge o [[próprio]] [[mito]] como [[espelho]] de toda [[especulação]]. A [[essência]] do [[espelho]] não é [[representar]] o [[eu]] como o seu [[outro]], não é reduplicar o [[real]] em [[representações]], mas mostrar o que se esconde enquanto aparece. Ou seja, [[Hermes]] é o próprio [[diálogo]]. No [[diálogo]], as [[diferenças]] se especulam, não como [[diferenças]] de si, mas do [[real]]" (1).

Edição de 01h56min de 9 de Setembro de 2017

1

"Pareceu-lhe então, meditativa, que não havia homem ou mulher que por acaso não se tivesse olhado ao espelho e não se surpreendesse consigo próprio. Por uma fração de segundo a pessoa se via como um objeto a ser olhado, o que poderiam chamar de narcisismo mas, já influenciada por Ulisses, ela chamaria de: gosto de ser. Encontrar na figura exterior os ecos da figura interna: ah, então é verdade que eu não imaginei: eu existo" (1).


Referência:
(1) LISPECTOR, Clarice. Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres. 4. e. Rio de Janeiro: José Olympio, 1974, p. 1.


2

"Hermes, como palavra dos deuses ofertada aos homens na dicção do poeta, diz sempre a verdade, porém não toda a verdade. Desta tensão entre verdade e não-verdade é que surge o próprio mito como espelho de toda especulação. A essência do espelho não é representar o eu como o seu outro, não é reduplicar o real em representações, mas mostrar o que se esconde enquanto aparece. Ou seja, Hermes é o próprio diálogo. No diálogo, as diferenças se especulam, não como diferenças de si, mas do real" (1).


Referência:
(1) CASTRO. Manuel Antônio de. Poética e poiesis: a questão da interpretação. Rio de Janeiro: Faculdade de Letras da UFRJ. Série Conferências, v. 5. 2000, p. 10.
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